Entenda o debate sobre o relatório final da CPI dos Correios

10/04/2006 - 17h40

Marcos Chagas e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Depois da tumultuada votação do relatório final da CPI dos Correios, a decisão de hoje (10) do presidente do Senado, Renan Calheiros, derruba o pedido do Partido dos Trabalhadores que tentava alterar trechos do documento.

O PT questionava a decisão do presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que encerrou os trabalhos da comissão logo após aprovação do relatório por 17 votos a quatro. A reivindicação do partido era a votação dos destaques ao texto final e o acesso antecipado à votação das mudanças feitas pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR).

O relatório foi aprovado no dia 5. Antes da votação, Osmar Serraglio havia dito que não fez nenhuma mudança nos aspectos que considera "estruturais" no documento, como as que se referiam ao "mensalão". Segundo ele, as alterações em relação ao texto apresentado há duas semanas foram de ordem técnica e não comprometem o conteúdo.

Na última terça-feira (4), o PT apresentou um relatório paralelo, rejeitando a tese do "mensalão" para compra de parlamentares. Segundo o partido, houve caixa 2, ou seja, recursos não contabilizados para campanha eleitoral.

O PT propunha reavaliar o que foi apurado sobre uma eventual participação dos fundos de pensão no esquema do empresário Marcos Valério de Souza e como se deram as antecipações de recursos de publicidade do Banco do Brasil, pela Visanet, para empresas do publicitário.

Os petistas sugeriam ainda que os ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken e o ex-presidente do partido, José Genoino, fossem excluídos da lista de pedidos de indiciamento ao Ministério Público. Também pediam ao órgão que apurasse o envolvimento em crime eleitoral e contra a ordem tributária de 20 deputados e ex-deputados. O PT incluiu no documento o pedido de indiciamento de Daniel Dantas, do Banco Opportunity.

A bancada do PT voltou a questionar, na quinta-feira (6), a votação do relatório final e criticou o presidente da CPMI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), por encerrar a CPMI sem votar as alterações em separado.