Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – A indústria brasileira comprou 34% a mais em bens de capital no primeiro bimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima ter sido responsável por 12% dos 34% de crescimento.
As importações de máquinas e equipamentos também cresceram: 42% nos dois primeiros meses deste ano. Para o diretor do BNDES, isso significa que "mais uma vez as empresas estão utilizando a valorização do real para trocar rapidamente máquinas e equipamentos".
Entre os anos de 1996 e 1998, foi registrado um comportamento semelhante por parte das empresas que, com uma economia estagnada, "se valiam do câmbio apreciado para renovar seus equipamentos". Hoje, o fenômeno é similar, mas para melhor, porque desta vez está ocorrendo de forma simultânea aumento das exportações de máquinas e equipamentos, o que não ocorria no passado.
Barros de Castro disse que esses indícios apontam que 2006 reproduzirá o crescimento de 2004, que foi de 5,2%, a maior taxa desde 1994. "Digamos que ao longo do ano pode atingir aquele nível de 5%, ainda que as estatísticas ao final revelem um número pouco inferior, por determinados detalhes, mas o impulso parece se repetir, no sentido de um crescimento dessa ordem de grandeza, entre 4% e 5%".
A pesquisa do BNDES revela que no primeiro bimestre deste ano a taxa de crescimento dos investimentos em bens de capital sem rodas para infra-estrutura na economia em geral foi de 32,6% na produção, 31% na exportação, 90,1% na importação, com expansão do consumo aparente de 107,5%. Em todo o ano passado, o aumento observado atingiu, respectivamente, 30%, 24,9%, 0,1% e 8,4%. Segundo análise do BNDES, "a ampliação das exportações, mesmo com o câmbio menos favorável, reforça a competitividade brasileira nessa área".
Em termos de sua subsidiária Finame, que financia a aquisição de máquinas e equipamentos, o trabalho do BNDES mostra que os desembolsos para infra-estrutura cresceram em janeiro e fevereiro de 2006 cerca de 86,2%, superando toda a evolução apresentada nas liberações no ano passado para esse segmento, que foi de 82,9%.
