Projeto prevê venda de serviços de produção no país, com oferta de cenografia brasileira

09/04/2006 - 10h33

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – A venda de serviços de produção no Brasil, com a oferta de locações e cenografia brasileiras para longas-metragens estrangeiros, é um dos principais objetivos do projeto de exportação do cinema nacional. Desenvolvido pelo Sindicato da Indústria Cinematográfica de São Paulo (Sicesp), o projeto conta com o apoio da Agência Nacional de Fomento à Exportação (Apex Brasil).

"Qualquer proposta para aumentar a indústria cinematográfica brasileira é sempre bem-vinda", comentou o presidente da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), Lúcio Kodato, em entrevista à Agência Brasil.

Kodato diz que, para os diretores de fotografia filiados à ABC, o projeto do Sicesp/Apex deve reverter em aumento do emprego no setor, com dificuldades em razão do câmbio. Kodato explicou que, quando a relação do dólar estava em "três para um" no país, ou seja, a moeda norte-americana valia R$ 3, "as produções americanas na área de comerciais para a televisão vinham relativamente com mais freqüência ao Brasil". Segundo ele, "a gente está perdendo um pouco o mercado para a Argentina".

O presidente da associação afirmou que por essa razão o cinema brasileiro não é "benéfico para as produtoras estrangeiras que queiram realizar filmes no país". Em contrapartida, a variação cambial facilita as produções nacionais porque o negativo (uma das películas usadas no cinema) custa mais barato."Sempre tem o lado positivo e negativo dessa oscilação do dólar".

Kodato manifestou apreço pela proposta do Sicesp. Lembrou que, numa etapa posterior, o projeto deve pleitear melhoria com relação aos equipamentos, segmento que é prejudicado, atualmente, pela taxa de importação muito alta.