CPI dos Correios comete ''erros materiais'' em relação a fundos de pensão, critica Petros

08/04/2006 - 10h10

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) afirma que há "erros materiais" no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, aprovado na última quarta-feira (5). O presidente da instituição, Wagner Pinheiro de Oliveira, garante que o texto contém falhas de informação que podem comprometer a imagem do fundo de pensão e de seus dirigentes.

O fundo enviou uma mensagem com correções ao relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Como as últimas alterações no relatório ainda não foram divulgadas, a Petros não sabe se seus pedidos foram atendidos. Entre os equívocos denunciados por Wagner Pinheiro de Oliveira está a menção a prejuízos decorrentes de investimentos do fundo de pensão no Banco Santos. "Não perdemos nenhum centavo no Banco Santos porque não tínhamos investimentos lá", afirma o presidente do fundo de pensão.

O relatório também levanta suspeitas de tráfico de influência na contratação da Globalprev, empresa de consultoria atuarial, pela Petros, ao afirmar que José Valdir Gomes, um dos diretores da Secretaria de Previdência Complementar, seria sócio da empresa. "Ele nunca foi sócio", assegura Oliveira.

O presidente da Petros cita, ainda, a menção a "pretensas perdas" do fundo, no valor de R$ 57 mil, em negociação de títulos públicos. "Usam critérios técnicos errados, que não correspondem à realidade do mercado financeiro", diz. Além disso, Oliveira afirma que a referida operação foi feita em 2002 e não em 2004, como consta no relatório da CPMI.

Além dos erros de informação, a Petros denuncia omissão, dos deputados e senadores, quanto às operações dos fundos de pensão em período anterior a 2003, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O presidente da Petros diz que a CPMI não confirmou a tese de que os fundos de pensão abasteceram o esquema de corrupção do empresário Marcos Valério de Souza.
"Há, sim, erros administrativos e operacionais constatados anteriormente pela Secretaria de Previdência Complementar, mas não há conexão destes erros das diversas fundações com o esquema de corrupção chamado por eles de Valerioduto", afirma.