Lula chama atenção de investidores para oportunidades em infra-estrutura na América Latina

06/04/2006 - 17h17

Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou hoje (6) empresários brasileiros e estrangeiros para investirem nas "oportunidades de infra-estrutura" que o Brasil e outros países da América do Sul estão oferecendo.

"Venham discutir conosco as possibilidades de parceria entre empresas. Venham discutir conosco o desenvolvimento do nosso país e da América do Sul", convidou o presidente, na cerimônia de encerramento do Fórum Econômico Mundial na América Latina, em São Paulo.

As oportunidades não podem ser jogadas fora, como aconteceu no Século 20, disse Lula aos participantes do fórum - cerca de 250 empresários, políticos, acadêmicos e representantes da sociedade civil, que buscavam informações sobre como a América Latina pode atingir um crescimento sustentado com igualdade social.

Segundo o presidente, o "desafio" de agora, no Século 21, cala muito fundo na sua consciência e na consciência dos empresários brasileiros. "Nós não temos o direito de frustrar a expectativa que este país tem para o seu crescimento", afirmou.

Aos empresários estrangeiros, o presidente lembrou que o "desafio" que está sendo colocado é o de olhar para o Brasil sem "preconceito". "É o desafio de olhar um país que, em apenas dois anos, tirou mais de três milhões de pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza".

Ao falar da geração de empregos no país, Lula disse que o Brasil, depois de conhecer, anos e anos, o crescimento da economia informal, "está, em apenas 36 meses, com uma criação de quatro milhões de empregos novos formais".

Segundo ele, para manter sólida a economia brasileira, não é preciso fazer mágica. "Não temos que fazer mágica. Temos que aumentar nossas exportações, sobretudo exportar bens de capital, para que nossa indústria tenha uma renovação tecnológica condizente com os nossos desejos de crescimento", explicou aos empresários.

Sobre a redução da taxa de juros, o presidente reconheceu que é preciso baixar, mas sem deixar a inflação voltar. "Não permitiremos que volte a inflação e não vamos abrir mão da estabilidade. A estabilidade que eu quero para o país é a estabilidade que eu quero para minha família. E, se eu fui capaz de construir uma família estável, que já dura 32 anos, muito mais fácil será manter a estabilidade do país no mandato de apenas quatro anos", concluiu.