Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Por 256 votos a 209, o plenário da Câmara absolveu, há pouco, o ex-presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), no processo de quebra de decoro parlamentar. Houve nove abstenções, sete votos em branco e dois nulos.

A decisão do plenário contraria o parecer do relator, Cezar Schirmer (PMDB-RS), aprovado pelo Conselho de Ética, que recomendava a cassação do mandato do parlamentar. Com o resultado da votação, o processo será arquivado e João Paulo continua exercendo o mandato de deputado, com todos os direitos políticos.

João Paulo Cunha foi acusado de quebra do decoro parlamentar. Sua mulher, Márcia Regina, sacou R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, considerado o principal operador do chamado "mensalão", esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo.

O ex-presidente da Câmara alega que o saque foi feito por determinação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. "Eu estava convencido de que o dinheiro era oriundo dos cofres do partido", afirma. Segundo João Paulo, os R$ 50 mil foram usados para pagamento de pesquisas eleitorais em quatro cidades da região de Osasco (SP).