Taxa sobre mercado financeiro e venda de armas pode ser solução contra pobreza, avalia ministério

17/01/2006 - 15h47

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Há formas de conseguir os US$ 50 bilhões por ano necessários para alcançar, até 2015, as oito Metas do Milênio, defende Maria Lúcia Viotti, diretora do departamento de direitos humanos e temas sociais do Ministério de Relações Exteriores. Viotti cita a criação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais e outra sobre o comércio internacional de armas. A diplomata também cita a possibilidade de criar direitos especiais de saque pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) voltados para a promoção do desenvolvimento.

Essas sugestões de financiamento foram apresentadas por uma equipe técnica formada por países como Brasil e Chile. Segundo Viotti, as propostas foram apresentadas em uma reunião de líderes mundiais que antecedeu a Assembléia Geral da ONU, realizada em setembro de 2004. "Está claramente consolidada a percepção de que é preciso desenvolver a cooperação internacional e encontrar formas de mobilizar recursos adicionais", afirma Viotti.

O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, citou como exemplo bem sucedido de taxação a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Brasil, cujos recursos são destinados à área de saúde.

As alternativas de financiamento foram abordadas na mesa-redonda: Mobilização e Diálogo Social para Promover o Avanço dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na América Latina. O evento tem promoção do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e acontece hoje (17) e amanhã, em Brasília. As Metas do Milênio são oito objetivos, definidos pelos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), que devem ser alcançados até 2015.