Organizador do Fórum na Venezuela não teme interferência de Chávez

17/01/2006 - 5h23

Daniel Merli e Érica Santana
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Mais de 300 organizações sociais, comunitárias, sindicais, cooperativas de jovens, de mulheres e de afro-descendentes da Venezuela se articularam para organizar o 6º Fórum Social Mundial (FSM), em Caracas. Com este número em mão, Pedro Vargas, um dos integrantes do Comitê Organizador do FSM no país, afirma que a sociedade civil venezuelana tem força suficiente para garantir a autonomia do encontro. E descarta qualquer possibilidade de que o encontro tenha interferência do governo local.

Segundo ele, há uma relação de respeito entre sociedade civil e o presidente Hugo Chávez. Prova disso seria o apoio logístico do governo à realização do encontro. "Sem isso não há fórum. Muito da infra-estrutura da área do território é do Estado venezuelano", afirma Vargas.

O integrante do Comitê conta que foram cedidas escolas e universidades públicas, parques e museus para a realização das mais de 2 mil atividades inscritas. A 6ª edição do Fórum Social Mundial (FSM) acontece este ano em três continentes diferentes. Nas versões anteriores, o encontro aconteceu quatro vezes em Porto Alegre (2001, 2002, 2003 e 2005), intercalado por uma edição em Mumbai, cidade indiana antes conhecida como Bombaim.

Desta vez, o principal encontro da sociedade civil para discutir a luta pela democratização da política e da economia, acontece, entre os dias 24 e 29 de janeiro, em Caracas, capital venezuelana. Poucos dias antes, o encontro acontece em Bamako, capital de Mali, país no noroeste africano. Alguns meses depois, está programada a parte asiática do FSM, em Karachi, cidade paquistanesa.