Ministério das Cidades revê meta de aplicação de recursos do setor privado na habitação

17/01/2006 - 18h36

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Os recursos para o crédito habitacional e outros investimentos do setor deverão alcançar, neste ano, algo em torno de R$ 18,5 bilhões, a maior quantia, segundo o Ministério das Cidades, já registrada nos últimos 11 anos. O setor privado deve investir R$ 6,5 bilhões – ano passado, o valor foi de R$ 4,5 bilhões. O setor público prevê financiar R$ 12 bilhões.

Ontem (16), o ministro das Cidades, Márcio Fortes, previu que o setor privado investiria o mesmo valor que o do ano passado. Hoje (17), essa estimativa foi revisada e novamente divulgada.

Fortes informou que o governo manterá a política de combate ao déficit habitacional, calculado em cerca de 7,2 milhões de moradias, priorizando o atendimento das famílias de baixa renda, mas sem prejudicar o acesso da classe média.

Ao lado do presidente da Caixa, Jorge Mattoso, e de executivos de entidades ligadas ao setor privado da construção civil, o ministro apresentou um balanço dos empréstimos realizados, em 2005 – ano em que a liberação dos recursos públicos atingiu R$ 10,8 bilhões, a maior quantia dos últimos 10 anos.

Segundo o ministro, foram R$ 9,2 bilhões de repasses: R$ 5,5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); R$ 69,8 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador; R$ 18,11 milhões do Fundo do Desenvolvimento Social; R$ 1 bilhão do Fundo de Arrendamento Residencial; e R$ 1,9 bilhão em recursos próprios da Caixa. Em obras de infra-estrutura urbana, como urbanização de favelas e crédito para a reforma e regularização fundiária, foram gastos R$ 1,6 bilhão.

Foram realizados, de acordo com ele, contratos para a compra de 570 mil moradias. Para este ano, a meta é de 740 mil moradias. A maior fonte de recursos é ainda o FGTS, com R$ 6,7 bilhões para habitação. Desse total, R$ 1 bilhão corresponde à reserva prevista para a concessão de subsídios. Por meio da Resolução 460, o governo criou a possibilidade de usar até R$ 14 mil para famílias com renda máxima de um salário mínimo.

Durante a entrevista, Jorge Mattoso disse existir uma meta de alongar os prazos de pagamento e baixar os juros incidentes sobre os empréstimos. Observou ainda o impacto das medidas sobre o setor da construção civil, ao destacar que "o emprego cresceu 5,66%", em 2005.