União de estilistas com artesãs de comunidades carentes tem saldo positivo na Semana de Moda do Rio

14/01/2006 - 14h40

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio - A parceira desenvolvida entre estilistas de renome no mundo da moda e artesãs de comunidades carentes fechou a participação no Fashion Business – evento de negócios da Semana de Moda do Rio de Janeiro – com saldo positivo. A grife brasiliense Apoena, que participou pela terceira vez do evento, por exemplo, lucrou R$ 200 mil durante os quatro dias de evento na semana passada.

"Quando alguém compra a roupa que essas mulheres produzem não está só dando dinheiro. Está dizendo que alguma coisa que elas fazem é bacana e está sendo desejado. Isso é muito bacana", disse Kátia Ferreira, coordenador e designer da grife.

As roupas e os acessórios da marca são produzidos por 600 mulheres de 18 a 85 anos, moradoras das cidades-satélites do Distrito Federal, que cuidam de seus filhos e trabalham em casa garantindo renda para a família.

"Dessa forma elas preservam a família, que é o nosso grande objetivo. Elas trabalham, mas fazem a comida na hora certa, mandam para a escola, estão presentes na criação dos filhos", afirma Kátia.

A primeira coleção da Apoena foi lançada em 2004. O sucesso foi tanto, que os itens da marca podem ser encontradas em 22 pontos de venda no Brasil e em alguns outros no exterior. Kátia explica, no entanto, que até agora só haviam feito vendas pontuais para outros países. No Fashion Business deste ano, foi fechado o primeiro negócio a longo prazo com a França.

"Estamos dando mais um passo para 2006. Vamos até participar de uma feira na França este ano. Este é mais um mercado que queremos conquistar, o europeu", disse ela.

A grife conta com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, através da secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, e da Caixa Econômica Federal.

Também tiveram bons resultados os projetos de inclusão social de agricultores familiares no mundo da moda, apoiados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Sebrae. O projeto Lã Pura, que reúne 122 agricultores de quatro município gaúchos e participou pela primeira vez do evento, faturou R$ 35 mil. O projeto A Cara do Sertão, formado por 48 artesãs de Salinas (MG) fechou negócios de R$ 40 mil, dobrando os lucros conquistados na edição do Fashion Business.