Entidade do setor de tecnologia da informação quer incentivar busca de recursos do BNDES

09/01/2006 - 4h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet do Estado do Rio de Janeiro (Assespro/RJ) vai intensificar este ano a busca por financiamentos do Programa de Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços Correlatos (Prosoft), na modalidade Comercialização.

Segundo explicou à Agência Brasil o presidente da Assespro/RJ, John Forman, "a idéia, em 2006, é continuar nessa linha, divulgar mais o programa e tentar tirar o maior proveito dos financiamentos que estão disponíveis". Para Forman, o Prosoft é "uma linha interessante de crédito" do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Forman afirmou que a baixa procura pelo novo instrumento de crédito do BNDES em 2005 decorreu da falta de hábito das empresas do setor de trabalhar com esse tipo de financiamento. Agora, as empresas já estão mais familiarizadas com o programa e vêm acessando mais o Cartão de Crédito BNDES para compra de máquinas e equipamentos no portal eletrônico do banco, cujo teto de financiamento foi ampliado para até R$ 100 mil, informou.

Criado em 1999 pelo BNDES, até 2004 o Prosoft apresentava em carteira 28 projetos aprovados, no valor de R$ 62 milhões. Desde março de 2004, com a implementação da nova modalidade do programa, atrelada à política industrial do governo federal, a carteira aumentou para R$ 276 milhões, com 260 operações aprovadas e contratadas, 90% das quais referentes ao novo Prosoft. O programa tem três modalidades: Prosoft Empresa, Prosoft Exportação e Prosoft Comercialização, este último implementado em março do ano passado.

O Prosoft Empresa dá apoio direto, na forma de financiamentos ou participação acionária para a realização de investimentos e planos de negócios de empresas nacionais produtoras de software e serviços correlatos. O Prosoft Exportação financia a exportação de software e serviços correlatos desenvolvidos no Brasil, na forma de apoio indireto, por meio de Instituições Financeiras Credenciadas. O Prosoft Comercialização trata do empréstimo à aquisição, no mercado interno, de software e serviços correlatos desenvolvidos no Brasil e credenciados no BNDES.

O Prosoft Comercialização já contabiliza 12 operações aprovadas e contratadas, no montante de R$ 5 milhões. John Forman anunciou que a partir do próximo dia 16, a diretoria da Assespro nacional realizará reunião no Rio de Janeiro com as entidades regionais para traçar a programação das ações que serão empreendidas pelo setor este ano. As entidades se reunirão também com técnicos do BNDES e da Finep, entre outros órgãos, para debater os programas de financiamento existentes.

Forman revelou que das cerca de 70 mil empresas de tecnologia da informação existentes no país, 80% são de micro e pequeno portes. De acordo com pesquisa elaborada pela Assespro/RJ no ano passado, o setor apresenta um faturamento médio de R$ 4 milhões/ano, gerando entre 10 a 15 empregos por empresa. Ele indicou que uma característica do setor, principalmente no Sudeste, "é que está muito forte um movimento de quarteirização, ou seja, um relacionamento não mais de patrão e empregado e sim de micro empresa sendo contratada por pequena empresa que, por sua vez, é contratada por média empresa, e assim por diante". Essa tendência deverá ter continuidade em 2006.