Analistas de mercado estimam conta corrente externa em alta também em 2006

09/01/2006 - 9h57

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O saldo de conta corrente do ano passado - resultado de todas as transações comerciais e financeiras com o exterior - nem fechou ainda, mas a média das expectativas dos economistas da iniciativa privada é de superávit (resultado positivo) de US$ 15 bilhões. A estimativa se deve, principalmente, ao excelente saldo de US$ 44,7 bilhões na balança comercial (exportações e importações).

O boletim Focus, divulgado hoje (8) pelo Banco Central com as tendências do mercado financeiro sobre os principais indicadores da economia, mostra que a expectativa é de que a balança comercial continuará produzindo bons resultados. Para os especialistas, 2006 deve fechar com saldo comercial de US$ 37 bilhões, o que garantirá mais um superávit de conta corrente, em torno de US$ 8 bilhões.

Tudo indica, portanto, que os analistas pesquisados acreditam que o Brasil terá o quarto ano consecutivo com superávit em conta corrente, o que eleva a saúde financeira do país no flanco externo. Isso não se traduz, porém, na confiança dos investidores estrangeiros, que no ano passado aplicaram não mais que US$ 15,30 bilhões no setor produtivo nacional, e neste ano devem investir US$ 15 bilhões de acordo com estimativas divulgadas no boletim Focus.

A pesquisa do BC mantém as previsões anteriores de 3,15% para o crescimento da produção industrial em 2005 e de 4,05% em 2006; e sustenta as estimativas de 2,40% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país – em 2005, e de 3,50% neste ano.

Caso essas previsões se confirmem, a relação entre dívida líquida do setor público e PIB deve ficar em 51,60%, quando a contabilidade final de 2005 estiver consolidada; e a expectativa para 2006 é de que a relação dívida/PIB caia mais um pouco, para 50,70%.

A pesquisa divulgada no boletim Focus considera que a cotação do dólar norte-americano termine 2006 em R$ 2,40 e que a taxa básica de juros (Selic), hoje de 18% ao ano, caia para 17,50% já neste mês e tenha sucessivas reduções, de modo a terminar o ano em 15%.