Secretário alerta para fiscalização do consumo de álcool a partir da família

20/12/2005 - 21h10

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - "Nós precisamos que cada cidadão seja um fiscal. Nós temos que envolver a sociedade, os pais e as mães, porque a maioria das crianças bebe e tem o exemplo dentro de casa", alertou hoje (20) o secretário nacional Antidrogas, Paulo Roberto Uchôa. Em entrevista à NBR, canal de TV a cabo da Radiobrás, ele acrescentou que a luta contra as drogas deve ter como pilares a família, as igrejas, as escolas e o ambiente de trabalho.

De acordo com pesquisa da Organização Mundial de Saúde citada pelo secretário, o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil aumentou quase 70% nos últimos 30 anos e o país ocupa o 80º lugar no consumo per capita. "O problema do álcool no Brasil é tão sério que transcende os aspectos da saúde e se torna um problema também de segurança, justiça, direitos humanos, assistência social, trabalho, educação", afirmou Uchoa.

Uchôa destacou os resultados de pesquisa feita pela Secretaria nas 27 capitais brasileiras sobre o consumo de drogas entre os estudantes: o álcool ocupa o primeiro lugar nas preferências, seguido pelo tabaco, medicamentos, maconha, anabolizantes e solventes. E lamentou o dado que revela a diminuição da faixa etária em relação ao primeiro contato com a droga: "Das crianças entre 10 e 12 anos, 43% já experimentaram álcool; nos ensinos médio e fundamental, a taxa sobe para 68%. E 42% dos jovens consomem álcool freqüentemente, ou seja, de seis a 20 vezes por mês".

A Secretaria Nacional Antidrogas conta com o serviço Viva-Voz, em que graduandos de ciências médicas, capacitados por mestrandos, orientam e tiram dúvidas de usuários de drogas e famíliares pelo telefone 0800-510 0015.