Ministro diz que combater a dengue é guerra por uma boa causa

19/11/2005 - 17h27

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, disse hoje à Agência Brasil que o país enfrenta "uma guerra" sem armas e por uma boa causa, que começou há cem anos com o médico e pesquisador Oswaldo Cruz, quando ele tomou a decisão de combater frontalmente o mosquito Aedes aegypti.

Na época, a febre amarela era uma epidemia nacional. Mais de 900 pessoas morreram só no Rio de Janeiro em decorrência da doença. O médico só conseguiu virar o tabuleiro com a caça ao mosquito transmissor da febre amarela e da dengue. O trabalho foi feito por 2.500 homens, hoje chamados de mata-mosquitos.

Cem anos se passaram desde que Oswaldo Cruz venceu esta batalha. A vacina contra a febre amarela foi criada, mas a luta contra o mosquito não está vencida. O governo federal quer diminuir a proliferação do Aedes aegypti, por causa do aumento de casos de dengue.

A chuva e o calor do verão ajudem na proliferação do mosquito. "Está na hora de retomarmos este movimento nacional para livrar a população de doenças que representam um certo atraso na saúde pública brasileira", convoca o ministro da Saúde.

De acordo com o ministro, apenas as políticas públicas não são suficientes para evitar a procriação do transmissor da dengue. É preciso que a população ajude não deixando "nem aquela aguinha do suporte do vaso de flores". Felipe conta que visitou uma casa, em Belo Horizonte, onde a dona cuidou de quase tudo. "Mas, quando tirei o vaso, debaixo havia uma aguinha parada, suficiente para a reprodução do mosquito".

Alguns cuidados devem ser tomados. Deve-se colocar areia no prato dos vasos de plantas; tampar lixos, tonéis, barris e caixas d’água; esvaziar e guardar garrafas de cabeça para baixo. Assim, se evita que a água se acumule no fundo. "A população tem que nos ajudar porque os focos estão dentro das casas", lembra Saraiva.

A larva do Aedes aegypti se alimenta de detritos orgânicos, fungos, bactérias e protozoários existentes na água. E basta deixar égua parada por sete dias para que a larva se instale. O mosquito "adora calor e água parada e precisamos de todo o cuidado para evitar que, no verão, tenhamos uma outra epidemia de grandes dimensões no país", alerta o ministro. A larva resiste a até 450 dias sem o contato com água. Então, não basta trocar a água do vaso, é necessário lavá-lo com sabão.