Preço mais competitivo venceu leilão de linhas de transmissão, diz Dilma

18/11/2004 - 20h45

São Paulo, 18/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - O leilão de linhas de transmissão realizado hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma "disputa acirrada" e ganhou quem ofereceu o preço mais competitivo, na avaliação da ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, referindo-se ao grupo espanhol Abengoa, que levou uma concessão com deságio de 47,5 %.

O outro grupo vencedor, formado pelo consórcio brasileiro Transleste II, ganhou a segunda linha em disputa com deságio de 11 %. A ministra usou o exemplo do leilão de hoje para responder que não acredita que ocorra, por parte das estatais, um tipo de "dumping", derrubando os preços dos contratos de energia, no leilão que será realizado no dia 7 de dezembro.

Serão oferecidos 55 mil MW para fornecimento de energia a partir de 2005, 2006 e 2007.
A concorrência é sempre acirrada e a presença de empresas públicas e privadas "vai facilitar em qualquer leilão, e isso foi constatado (no leilão de hoje) uma queda de preços sim, mas não por dumping, por concorrência", disse a ministra.

Ela lembra que as tarifas menores de energia "estão com algumas empresas estatais, com muitas empresas privadas e com umas poucas federais". Ela preferiu não adiantar sua expectativa sobre o leilão de dezembro, justamente para não "fazer indução ou tentar influenciar a prática do leilão".
Ela disse que gostaria que a tarifa sinalizada "fosse a tarifa que desse para o país os melhores sinais possíveis, que refletissem a quantidade de energia existente hoje e ao mesmo tempo a necessidade de expansão no futuro".

Sobre o novo nome para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que irá substituir José Mário Abdo, atual diretor-geral, que completa seu tempo de gestão à frente da entidade,Dilma informou que a indicação vai ocorrer o mais rápido possível. Segundo ela, José Abdo deu uma "grande contribuição ao país".

A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, esteve presente no encerramento do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase 2004), realizado na capital paulista que discutiu o mercado. Após o encontro ela disse aos jornalistas que lamenta a saída de Carlos Lessa da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entretanto, disse que não acredita em nenhum problema de descontinuidade nos financiamentos do banco para projetos de infra-estrutura. O BNDES é uma das principais fontes de recursos para o setor elétrico.