Brasil defende democratização da informação

28/11/2003 - 19h57

Caio d´Arcanchy
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 28/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Uma teleconferência preparatória para a primeira Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação foi transmitida hoje para dez estados brasileiros. Os participantes discutiram essencialmente a democratização da informação, principal tema a ser defendido pelo Brasil e demais países em desenvolvimento, que não aceitam a condição de importadores de tecnologia da informação dos países ricos. Representantes da área de tecnologia da informação do governo e da sociedade civil estavam presentes ao evento.

O presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação da Casa Civil, da Presidência da República, Sérgio Amadeu, diz que o Brasil adota uma linha desenvolvimentista para a Tecnologia da Informação, e diz que o país irá defender que a sociedade da informação possa distribuir as vantagens da tecnologia e do conhecimento. "A propriedade das idéias deve estar de acordo com a possibilidade de inovação e de interesse público, por isso estamos defendendo o "software" livre como um elemento contra a idéia de patenteamento, que é muito forte, principalmente nas delegações americanas", explicou.

Amadeu disse também que o Brasil quer novo modelo de governança (comando) na Internet, que não seja exclusivamente feito por um organismo norte-americano, como é hoje. "Nós queremos que isso seja vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de uma formação de três partes: organizações governamentais, não-governamentais e da sociedade civil, como nós temos no Comitê Gestor da Internet no Brasil", declarou.

A coordenadora da cúpula interministerial que prepara a participação brasileira na cúpula, doutora Marília Sardemberg, afirma que o país não pretende se restringir à discussão de tecnologias da informação, mas como essas tecnologias vão mudar a vida das pessoas. Segundo ela, a cúpula trata de temas muito complexos, mas ao mesmo tempo muito amplos. "Talvez seja difícil nesse momento a gente ter uma idéia clara de que impactos essas tecnologias podem ocasionar, mas vamos deixar claro que essa mudança tem que ser pra melhor, e que os grupos que estão em desvantagem possam ter acesso aos benefícios da revolução tecnológica que vivemos hoje", disse.

A cúpula mundial é convocada pela Organização das nações Unidas (ONU) e o objetivo é aprovar uma declaração de princípios que pretende assegurar que o avanço tecnológico não cause mais exclusão social. Será realizada em duas etapas: de 10 a 12 de dezembro próximo e em novembro de 2005.

A teleconferência foi organizada em parceria entre o Ministério das relações exteriores e o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO).