Rio, 10/4/2003 (Agência Brasil - ABr ) – Os "apartheids" racial e digital caminham de mãos dadas no Brasil, mesmo quando são considerados brancos e afro-brasileiros os que obtiveram as mesmas condições de educação, emprego.
Segundo o Mapa da Exclusão Digital, divulgado hoje, no Rio, pela Fundação Getúlio Vargas e o Comitê para a Democratização da Informática(CDI), mesmo sob a igualdade de condições, as chances de um branco ter acesso à Internet são 167% maiores que as de um não branco, por uma questão cultural, conforme explicou o chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri.
O Mapa revela que a maior concentração de pessoas com acesso a computador (41,66% ) está localizada entre aquelas que se definem como amarelos, contra 15,14% dos brancos, 3,97% dos negros e 3,72% dos índios. O estudo indica a necessidade de o governo criar políticas de incentivo à inclusão digital, principalmente nos centros urbanos, uma vez que o interior brasileiro carece de infra-estrutura, como serviços de água e energia.