Brasília, 23/12/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu que a companhia petrolífera estatal PDVSA está "voltando à vida" depois de uma longa paralisação, que causou um desabastecimento de combustíveis e alimentos sem precedentes no país, nos últimos 21 dias. Mas a oposição, que convocou a greve geral na tentativa de levar o presidente à renúncia ou a antecipar eleições, disse que a empresa continua parada. As informações são da CNN.
Os líderes do movimento prometeram manter os protestos, dizendo que sua posição será benéfica para o futuro do país. Carlos Ortega, o líder da maior central sindical venezuelana, disse que Chávez estaria "nervoso e encurralado" e, por essa razão, apelaria para medidas desesperadas a fim de acabar com o movimento da oposição.
"As constantes violações dos direitos humanos dos venezuelanos, as detenções, o seqüestro de bens e de pessoas, as abordagens de navios, a repressão a dirigentes sindicais e outras barbaridades confirmam a tese do susto, do nervosismo e do encurralamento", declarou Ortega, em entrevista coletiva.
A oposição, agrupada na Coordenação Democrática, busca, através da greve e de uma campanha de protestos nas ruas, pressionar Chávez. Neste sábado, o governo venezuelano iniciou a intervenção em alguns navios petroleiros, fundeados em Maracaibo, 500 quilômetros a oeste de Caracas, depois que seus tripulantes aderiram ao movimento da oposição, praticamente paralisando a exportação de petróleo.
Anteriormente, a tripulação do Pilin Leon, um petroleiro com 44 milhões de litros de gasolina, foi desalojada e detida, juntamente com seu capitão. Na quinta-feira (19), o Supremo Tribunal de Justiça do país havia ordenado o fim da greve dos petroleiros e sua volta ao trabalho. Ortega disse que tinha informações de que a tripulação do Pilin Leon foi substituída por marinheiros cubanos para levar o navio a porto e descarregar o combustível, em meio à escassez que já atinge níveis críticos no país.
No entanto, ainda de acordo com informações da CNN, uma fonte da embaixada cubana em Caracas rejeitou a acusação do dirigente sindical.