FHC: é cedo para considerar o jogo encerrado

25/07/2002 - 23h06

Guayaquil (Equador), 25 (Agência Brasil – ABr) – O presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou hoje, ao desembarcar nesta cidade para participar da II Reunião de Presidentes da América do Sul, que vai participar diretamente da campanha do senador José Serra (PSDB-PMDB) nos programas de TV que serão exibidos a partir de agosto. "Não há no Brasil a tradição do presidente entrar na campanha de rua, mas há, sim, a necessidade política de qualquer líder de expor ao país como ele vê a situação e eu não me furtarei a este papel", disse. Fernando Henrique lembrou que já havia manifestado seu apoio direto a Serra durante a convenção de seu partido em 15 de junho e que, nesta perspectiva, já estaria na campanha.

Questionado pelos jornalistas se a disputa eleitoral já estaria definida, Fernando Henrique avaliou que é cedo para considerar o jogo encerrado. Ele lembrou que quando foi candidato à presidência o quadro eleitoral era semelhante, e na hora do voto a população o escolheu. "Se fosse por pesquisa, o Brasil já teria um novo presidente há alguns meses. Quando fui candidato era assim e perdeu quem estava à frente (nas pesquisas)", ressaltou.

Ele lembrou ainda que a situação eleitoral no Brasil é de grande mobilidade e que os votos ainda não estão definidos. "Eu já vi, agora mesmo, muitos candidatos que estavam à frente irem para trás. E acho que na medida que o país entenda do que se trata, de que precisamos dar continuidade ao estilo de governo que dá segurança ao Brasil e ao mundo, quando a população entender isso deve apoiar este candidato", avaliou.

Para ele, o bom desempenho dos candidatos de oposição é fruto direto de suas aparições nos meios de comunicação de massa durante os programas partidários permitidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Acho que em toda democracia de massa como é o caso do Brasil, o resultado atual é conseqüente do desempenho na TV e no rádio, até porque a posição do governo, do ponto de vista de quem está há oito anos na condução do país, é confortável", concluiu.