Mensagens em redes sociais ajudam moradores de áreas de risco do Complexo do Alemão

11/12/2013 - 22h43

 

Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro- Um grupo de voluntários está atuando para ajudar os moradores do Complexo do Alemão em dificuldades causadas pelas chuvas que desde ontem à noite atingem a capital fluminense. O coordenador-geral do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brun Pinheiro, disse que todas as comunicações estão sendo feitas por meio das redes sociais.

A sede do instituto fica na Avenida Central, uma das principais entradas para a comunidade. Segundo Pinheiro, além do Raízes, organizações como o Coletivo Pense Alemão, Ocupa Alemão, a Voz da Comunidade, o Verdejar e Realidade do Alemão reproduzem informações de moradores e dão orientações a quem precisa.

“O nosso trabalho está sendo prioritário para disseminar as informações e articular as questões das áreas mais vulneráveis do Alemão”, declarou.

O coordenador informou que a articulação tem feito um serviço importante dentro da comunidade. É por meio das comunicações que os moradores podem ficar atentos à localização dos pontos de abrigo, para onde devem se dirigir quando há o toque do sistema de sirenes.

Ele declarou que, em um primeiro momento, as mensagens apontavam um certo desacerto entre o toque das sirenes e a preparação dos pontos de abrigo. “No começo alguns diziam que a sirene não tocou. Depois que a sirene tocou, mas os pontos de abrigo não estavam preparados. Agora dizem que o sistema está em funcionamento normal”, destacou.

Embora acredite que o sistema de sirenes é importante para as comunidades que vivem em áreas de risco, o coordenador criticou o uso do esquema de forma contínua. “Quando se coloca o sistema de sirenes como política permanente, se assume o fracasso de política pública de habitação e ocupação do solo. Você não tem uma política pública que acabe com os problemas das encostas, das áreas de risco e não resolve o problema habitacional das comunidades”, analisou. 

O estudante Luciano Daniel, de 14 anos, criou o jornal Realidade do Alemão, publicado no Facebook. Como morador do Morro do Alemão, ele disse que as trocas de informações nas redes sociais ajudam também a organizar as doações e a levantar as necessidades. Daniel destacou que o chat formado pelos participantes publicou a lista dos locais de abrigo para casos de emergência. “A lista está no chat, quem precisar é só procurar", alertou. 

Os locais de abrigo no Complexo do Alemão são: a Associação de Moradores do Morro do Adeus, Igreja Batista Filha do Sião, Capela São Joaquim Santana, Vila Olímpica, Central Única de Favelas e a Associação de Moradores da Avenida Central. 

Por causa da chuva a visita da relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina de Albuquerque, que estava marcada para a tarde de hoje (11), foi transferida para amanhã (12), às 9h30. Ela vai percorrer a comunidade para verificar como está a situação dos moradores em relação a direitos básicos. A visita da relatora ao Brasil começou na segunda-feira (9), em Brasília, e vai terminar no dia 19 deste mês. Além de se reunir com representantes governamentais, ela terá encontros com integrantes da sociedade civil no Rio, em São Paulo, Fortaleza e Belém. 

 

Edição: Aécio Amado

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