Síria: John Kerry diz que não atuar é risco maior que a intervenção militar

07/09/2013 - 19h34

Da Agência Lusa

Paris – O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse hoje (7) que não intervir na Síria em resposta ao ataque com armas químicas, atribuído ao regime de Bashar Al Assad, seria "um risco maior” do que a própria ação militar.

Kerry, que se reuniu com o secretário francês, Laurent Fabius, insistiu que a crise afeta a segurança dos norte-americanos, em particular pelo risco de disseminação de armas químicas entre grupos terroristas e que o ataque que os Estados Unidos pretendem será curto, seletivo, sem tropas no terreno, mas com “mensagem clara”.

O chefe da diplomacia norte-americana lembrou que o presidente Barack Obama ainda não decidiu se vai esperar pela apresentação do relatório dos peritos das Nações Unidas. Eles estiveram no país para recolher provas do ataque com armas químicas, de 21 de agosto, que provocou centenas de mortes.

O presidente francês, François Hollande, já manifestou apoio aos Estados Unidos, mas observou que vai esperar pelo relatório dos peritos.

“A ausência de ação supõe um risco mais grave que a própria ação”, disse Kerry, reafirmando que o que pretende não é uma guerra e que “a única forma de acabar com o conflito sírio passa por solução política e não militar”.

Trata-se de “reduzir a capacidade de Bashar Al Assad de utilizar armas químicas” e garantir que não volte a usá-las. “Não podemos deixar que um ditador use as armas mais horríveis. É preciso dar uma resposta seletiva e limitada, embora clara”, acrescentou.

Kerry disse ainda que certo número de países – um número de dois dígitos – está preparado para integrar a ação militar. "Temos mais países preparados para uma ação militar do que aqueles a que é preciso recorrer numa intervenção desse tipo.

Laurent Fabius congratulou-se pelo "largo e crescente apoio" a uma "resposta forte" ao uso de armas químicas na Síria, destacando a União Europeia e o Conselho de Cooperação do Golfo.

O conflito na Síria já provocou mais de 110 mil mortos desde março de 2011, de acordo com as Nações Unidas.

Com informações da Agência Lusa