PM usa bombas de efeito moral para dispersar manifestantes na Rua das Laranjeiras

07/09/2013 - 18h50

Vinicius Lisboa e Douglas Corrêa
Repórteres da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os manifestantes que vão participar do protesto Setembro Negro, marcado para o Largo do Machado, na zona sul do Rio, já chegaram ao local e fecharam a Rua das Laranjeiras ao trânsito. Agora há pouco, o Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo.

Mais cedo, a Polícia Militar observa os manifestantes de longe, sem interferir, inclusive quando os manifestantes obrigaram os motoristas a desviar pela Rua Ministro Tavares Lira para o fechamento total da Rua das Laranjeiras. Dois carros da Polícia Militar com as sirenes ligadas tiveram dificuldade para abrir caminho e passar pelo protesto.

Esse grupo - formado em sua maioria por jovens vestidos de preto - saiu da Cinelândia e seguiu pelo Passeio Público, Rua da Lapa, Glória até atingir o Largo do Machado. Com medo de depredações, o comércio da região fechou as portas.

Os manifestantes saíram correndo para outras ruas internas do bairro, indo em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Os militares já cercaram o palácio com grades e fizeram um cordão de isolamento, com policiais armados e com escudos.

Moradores da Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, onde a sede do governo, têm pontos de vista opostos sobre as manifestações recorrentes que têm ocorrido na região e também sobre a reação da polícia para conter os protestos.

Um pouco assustada com a situação, uma senhora que não quis se identificar disse que é a favor das manifestações pacíficas, mas condena o uso de máscaras. "Vai esconder o rosto porquê? Quer protestar contra o governo, de forma ordeira, pacífica, tudo bem, mas esconder o rosto e quebrar loja, como ocorreu na semana passada, aí não acho certo. A polícia tem que ir para cima mesmo."

Observando de longe, um jovem casal disse que apoia as manifestações. "É super válido, está ruim mesmo, tem mais é que protestar. Não me importo que isso afete a rua onde moro", disse a mulher, que também preferiu não se identificar.  Ela considera a reação da polícia exagerada. "A polícia passa dos limites, com efetivo desproporcional, agressividade desproporcional. Hoje tinha até cachorro aqui."

Edição: Andréa Quintiere//Matéria atualizada para acréscimo de informações

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