Manifestantes reclamam de violência policial em manifestação no DF

06/09/2013 - 22h55

Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os participantes das manifestações ocorridas na manhã de hoje (6) no Distrito Federal reclamam da postura da Polícia Militar (PM) durante e após a ação. De acordo com eles, policiais utilizaram força excessiva para liberar as vias ocupadas.

“Nós já estávamos no canteiro, saindo da pista, e a PM chegou. Eles não conversaram em nenhum momento, chegaram batendo e prendendo as pessoas”, disse Edson Silva, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). “Não acreditei no tanto de policial que chegou, parecia uma zona de guerra para prender famílias, trabalhadores”.

De acordo com Silva, várias pessoas ficaram feridas, entre elas, uma mulher grávida. A mulher, grávida de quatro meses, disse que está no Hospital Regional do Guará, próximo a Brasília, fazendo exames para avaliar o risco de interrupção da gravidez. Ela não quis se identificar, mas explicou que passou mal com o gás lacrimogêneo lançado pela polícia, além de ter caído no chão durante a confusão.

O secretário adjunto de Segurança Pública, Paulo Roberto Oliveira, negou ter havido agressão por parte da polícia e explicou que o uso de spray de pimenta e gás lacrimogêneo faz parte do chamado “uso progressivo da força”. “A Polícia Militar agiu dentro de uma medida de força escalonada. Não podemos permitir que as pessoas cheguem à pista, lancem pneus e coloquem fogo. A atuação da PM foi comedida e, dentro da necessidade da força, para liberar a via em um horário de grande fluxo”.

Edson Silva justificou o uso de pneus em chamas para impedir o avanço dos carros e garantir a integridade dos manifestantes durante o ato. O integrante do MTST disse que a polícia estava procurando participantes do ato da manhã em suas casas para prendê-los, o que foi negado pelo secretário adjunto de Segurança Pública.

Oliveira confirmou, no entanto, a prisão de cinco pessoas durante a manifestação por dano ao meio ambiente e ao patrimônio. Um grupo de advogados e estudantes de direito se mobilizaram para auxiliar os manifestantes que estão presos. O ato desta manhã, conhecido como Grito dos Excluídos teve como participantes moradores de assentamentos em Taguatinga e Ceilândia. O grupo protestava contra os problemas na saúde, educação e transporte.

Amanhã (7), mais manifestações estão sendo programadas para a capital federal. Serão 5.300 policiais durante o desfile de 7 de Setembro, na Esplanada, e durante o jogo da Seleção Brasileira, no Estádio Mané Garrincha. A Polícia Militar espera cerca de 50 mil pessoas nas manifestações deste sábado. Em entrevista à Rádio Nacional, o comandante-geral da PM, Jooziel de Melo, reiterou que protestos pacíficos são um direito da sociedade, mas atos violentos serão coibidos.

“Não vamos permitir que aconteça aqui o que aconteceu em outros estados. Cometeu crime, destruiu patrimônio ou agiu contra a integridade física de alguém, vai ser preso”. O comandante explicou ainda que as pessoas que estiverem mascaradas durante as manifestações serão abordadas pela polícia e deverão revelar suas identidades.

Edição: Fábio Massalli

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