Relação com base aliada está desobstruída e em clima de cooperação, diz ministra

05/08/2013 - 23h01

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Após se reunir por cerca de três horas com líderes da base aliada na Câmara, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a relação entre governo e parlamentares do bloco de apoio está “totalmente desobstruída” e em clima de “harmonioso, cooperativo e de integração".

"As respostas, que tanto o governo como o Legislativo precisam dar, de forma rápida e eficiente, estão com os canais, permitindo que isso flua sem grandes tumultos, para que a gente possa efetivamente aprovar as matérias sem tumultos, de forma debatida, de forma harmoniosa, consensuada", avaliou.

Os líderes da Câmara foram recebidos hoje (5) pela presidenta Dilma Rousseff e deixaram o Palácio do Planalto com a previsão de um novo encontro na próxima segunda-feira (12). Amanhã (6), a presidenta vai receber os líderes de partidos da base aliada no Senado.

Os encontros entre a presidenta e os parlamentares deverão ser periódicos, segundo a ministra, para que o governo consiga costurar acordos para aprovação de matérias. A primeira medida a ser beneficiada pela aproximação da base com Dilma será a medida provisória que regulamenta o Programa Mais Médicos. Segundo Ideli, houve consenso dos líderes em torno da proposta.

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), confirmou que “houve adesão generalizada” dos parlamentares ao Mais Médicos. Para Guimarães, a reunião de hoje foi o equivalente a “engatar a primeira marcha” para melhorar a velocidade do “aperfeiçoamento da relação entre governo e Congresso”, e que a tendência é que os encontros sejam mais frequentes, principalmente antes da votação de projetos de interesse do governo.

“A presidenta mostrou desejo de reatar, com conteúdo, a relação com o Congresso. É o início de uma retomada que terá grandes resultados na pacificação e no afinamento da viola entre a base aliada e o governo. É importante que esse gesto seja uma regra, é esse o sentimento da base”, disse.

Na reunião de hoje, os líderes anunciaram que a votação do projeto de lei (PL) que destina recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde (PL 323/07) deve ficar para a semana que vem. No entanto, no entendimento de parte da base aliada, o projeto não tranca a pauta de votação até lá porque a urgência constitucional não estava no “texto-mãe”, mas nos destaques apresentados ao texto. Sem a urgência, a proposta não tranca a pauta de votações e pode ter mais tempo para discussão.

Segundo relato da ministra Ideli Salvatti e dos líderes, durante a reunião a presidenta Dilma Rousseff não tratou da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui o chamado Orçamento Impositivo. A PEC torna obrigatória a execução financeira da programação prioritária incluída na lei orçamentária por emendas individuais de parlamentares. Líderes petistas são contrários à imposição da regra, que é defendida pela maioria dos partidos políticos.

 

Edição: Aécio Amado

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