Seis moradores de rua foram vítimas de crimes no Distrito Federal este ano

01/08/2013 - 23h27

Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com o ataque a Edivan da Lima Silva, 48 anos, sobe para seis o número de moradores de rua vítimas de crimes no Distrito Federal (DF) em 2013. Edvan foi atacado hoje (1º) por volta das 5h38, no Guará, cidade do DF a cerca de 10 quilômetros de Brasília. Pelos relatos prestados aos policiais, três pessoas encapuzadas atearam fogo ao morador enquanto ele dormia em uma praça. Edivan está internado em estado grave no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), com queimaduras em 63% do corpo.

Na avaliação do coordenador-geral de Direitos Humanos da População de Rua da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Carlos Ricardo, a discriminação e o preconceito, muitas vezes, estão por trás dos crimes contra os moradores de rua. “A violência contra moradores de rua tem muitos fatores, às vezes as pessoas agem por discriminação, por preconceito. Às vezes os crimes são cometidos a mando de pessoas ligadas ao comércio que não querem estas pessoas por perto, inclusive com a participação de agentes públicos”, disse à Agência Brasil.

Ricardo declarou que a SDH está acompanhando o caso de Brasília e também a situação de Goiânia, onde esta madrugada uma moradora de rua foi morta a tiros. A capital de Goiás já soma 31 mortes de moradores de rua em um ano.

“Em Goiânia existe a suspeita de que agentes públicos estão por trás dos crimes. A SDH fez o pedido de federalização da investigação e estamos aguardando uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, disse. O pedido foi protocolado na Procuradoria-Geral da República, em abril.

Ricardo ressaltou que existe uma política voltada para a população em situação de rua que articula ações de assistência social, educação, saúde e também ações voltadas para a geração de trabalho e renda, mas que o preconceito ainda é muito forte. Impossibilitando, às vezes, o acesso a esses serviços. “Existe uma necessidade muito de grande fazer um processo de sensibilização de como a sociedade enxerga essas pessoas. Elas são muito discriminadas e, em algumas ocasiões, por conta disso, acabam perdendo a vida”, disse.

 

Edição: Aécio Amado

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