Justiça do Trabalho vai decidir se mantém multa por greve de ônibus em Porto Alegre

11/07/2013 - 17h17

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, vai aguardar até o fim da tarde para decidir se vai manter a aplicação da multa de R$ 50 mil por descumprimento da determinação de que os ônibus da capital gaúcha circulem hoje (11) com 50% da frota nos horários de pico - das 6h às 9h e das 16h30 às 19h30 - e 30% nos demais horários.

O TRT informou, por meio de sua assessoria, que a desembargadora Rosane Serafini Casa Nova, que determinou o funcionamento mínimo, deve se reunir no fim da tarde de hoje com integrantes de sindicatos da categoria e com representantes patronais para definir a questão. A decisão vai levar em conta a extensão e os desdobramentos da paralisação dos rodoviários na região metropolitana da capital gaúcha. A categoria participa do Dia Nacional de Luta, convocado por centrais sindicais.

A informação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), no entanto, é que nenhum dos 1.072 coletivos que atendem à cidade deixou as garagens nesta quinta-feira. A desembargadora solicitou, via intimação, que a EPTC fiscalize o cumprimento da medida, que deve ser cumprida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos e Seletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre e pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre.

No despacho de ontem, a magistrada ressaltou que a Lei 7.783/89 (Lei de Greve) considera o transporte coletivo como serviço essencial e prevê que os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores são obrigados a garantir, durante a greve, a prestação de serviços "indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade".

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos e Seletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre, Jarbas Franco, disse que a circulação dos ônibus na região só deve ser retomada amanhã (12). Ele enfatizou que a decisão da Justiça não está sendo cumprida porque muitos trabalhadores temem atos de vandalismo. Segundo estimativa da entidade, por causa da paralisação, 1,2 milhão de passageiros ficaram sem o transporte nesta quinta-feira.

Além da paralisação dos rodoviários, também foi interrompida a circulação dos trens que fazem o transporte de passageiros pela região metropolitana de Porto Alegre. Além disso, há diversos bloqueios em estradas do Rio de Grande do Sul, provocados por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de sindicatos. A BR-116, onde ocorreu um atropelamento nessa manhã, é a rodovia mais afetada até este momento.

Edição: Davi Oliveira

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