Turismo interno enfrenta barreiras, aponta pesquisa do Sebrae e CNtur

10/07/2012 - 23h49

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Na hora de o turista brasileiro decidir o destino de sua próxima viagem dentro do próprio país há pelo menos duas preocupações que podem pesar e, muito, na escolha do local a ser visitado: a hospitalidade e as condições socioeconômicas. Além disso, o custo pode levar à mudança para um roteiro internacional.

É o que aponta a pesquisa Perfil do Turista e dos Segmentos de Oferta – Percepções e Comportamentos, encomendada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Confederação Nacional do Turismo (CNTur) à empresa de consultoria Decide Projetos & Consultoria Ltda. Esse trabalho faz parte do projeto Fortalecimento da Gestão das Micro e Pequenas Empresas do Turismo Brasileiro ao qual estão cadastradas l,2 mil companhias.

O levantamento foi feito no período de 9 de agosto a 29 de setembro do ano passado, quando foram ouvidas 100 pessoas de ambos os sexos das mais variadas idades das classes C e B em cinco localidades: Brasília, São Paulo, Belém, Porto Alegre e Salvador.

A escolha do Nordeste foi apontada como favorável o contato com o sol, a praia e a boa hospitalidade da população. Mas muitos classificaram como desagradável estar diante das desigualdades sociais em um momento de lazer.

Já que no refere ao Sul do país, a pesquisa mostrou que o turista vê com simpatia a possibilidade de desfrutar do clima frio e, eventualmente, do cenário de neve bem como de cidades limpas e organizadas. Também foi destaque a alta expectativa em torno da qualidade de serviços a serem encontrados nessa região. No entanto, ficou evidente o ponto negativo da “pouca hospitalidade e receptividade da população”, ao que foi atribuído à influência das culturas europeias.

No Sudeste, entre as preferências estão a culinária mineira e a diversidade de oferta sobre o que fazer, na capital paulista. Quanto ao Norte do país, prevaleceu a vinculação dessa localidade com a exuberante natureza da Amazônia e de aspectos exóticos como a população indígena. A ressalva é a de se estar sujeito ao cansaço e a estresse pela falta de infraestrutura e dificuldade de locomoção.

O levantamento mostrou ainda que existem nichos a serem explorados nos mais variados segmentos que inclui entre outros o ecoturismo e turismo de aventura; cultural; religioso; turismo de estudos e intercâmbios e rural.

De acordo com a responsável pela pesquisa, Luciana Thomé, entre os desafios do setor está o de reduzir os custos para diminuir os preços sob pena de as empresas perderem clientes para opções mais baratas fora do país. Para o presidente da CNTur, Nelson de Abreu Pinto, a pesquisa deve auxiliar os empresários a tomar decisões de investimentos nesse momento que antecede à Copa do Mundo, em 2014 e, às Olimpíadas, em 2016.

Dados do CNTur indicam que o setor tem em torno de 2 milhões de empresas com uma participação de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) e obteve um faturamento, em 2011, de R$ 127 bilhões. Apesar disso, conforme os dados, enquanto o Brasil recebe 5 milhões de turistas estrangeiros, na Ucrânia, esse número é mais de quatro vezes maior, atingindo os 21 milhões.
 

Edição: Rivadavia Severo