Hábitos de vida ruins e aglomerações podem prejudicar a visão, diz oftalmologistas

10/07/2012 - 22h51

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As pessoas, de maneira geral, costumam relacionar problemas relativos à saúde ocular com doenças como catarata, glaucoma e conjuntivite, mas ignoram o fato de que o estilo de vida ou doenças em outros órgãos podem influir diretamente na qualidade da visão.

O alerta foi feito à Agência Brasil pela médica e especialista em glaucoma do Centro de Oftalmologia do Hospital São Vicente de Paulo do Rio de Janeiro, Luisa Aguiar. Hoje (10) se comemora o Dia Mundial da Saúde Ocular.

Luisa, que é também membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, diz que, principalmente nesta época do ano - quando pessoas tendem a ficar mais próximas e em locais fechados devido à predominância de baixas temperaturas - uma preocupação maior com a higiene é fundamental para se evitar prejuízos à qualidade da visão.

“Lavar as mãos com frequência ainda maior, evitar aglomerações e estar sempre alerta muitas vezes pode ser o diferencial entre uma boa ou má qualidade visual”, disse. “Os hábitos de vida estão diretamente relacionados à saúde ocular. Fumantes, sedentários e pessoas que ingerem pouca água e nutrientes ficam mais vulneráveis aos problemas visuais por terem reduzida a capacidade de defesa do organismo”.

Segundo a especialista, diabetes e hipertensão arterial, por exemplo, também podem comprometer a visão de forma irreversível. A médica alerta que infecções como a dengue, por exemplo, podem desencadear hemorragias no globo ocular e causar, em consequência, distúrbios “graves” na retina.

“Eu sempre recomendo aos meus pacientes que, a partir dos 40 anos, consultem anualmente um oftalmologista, pois é sempre mais eficaz prevenir do que tratar. Engana-se quem pensa que apenas as doenças crônicas afetam a visão”, diz.

Membro da Sociedade Brasileira de Cataratas e Implantes Intraoculares e também do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o médico e especialista Glauber Marques diz que a baixa umidade do ar nessa época do ano, combinada com a maior proximidades das pessoas em locais fechados, podem ressecar os olhos.

Em sua avaliação essa combinação de fatores é explosiva quando o assunto são infecções oculares. “A incidência de conjuntivites como a tracoma [infecção bacteriana altamente contagiosa] e herpes ocular [infecção viral] tende a aumentar nos dias mais frios”.

Na avaliação do especialista, a melhor forma de combater essas doenças contagiosas é evitar aglomerações, ventilar os ambientes e lavar as mãos com frequência. “Boa alimentação, atividades físicas regulares e ingestão de água com frequência ainda maior ajudam a proteger os olhos”, diz.

Edição: Fábio Massalli