Senadores e deputado pedem bloqueio de bens e intervenção judicial na Delta

24/05/2012 - 18h33

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A intervenção judicial da Delta Construção e o bloqueio dos bens da empreiteira foram pedidos hoje (24), por meio de medida cautelar na Justiça Federal no Distrito Federal (DF), pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

A empresa, que atua em diversas obras públicas federais e estaduais, é acusada de ser utilizada como fonte de pagamento de propina a diversos agentes públicos pela quadrilha comandada pelo empresário acusado de explorar jogos ilegais Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

De acordo com o senador Pedro Taques, a medida cautelar é preparatória para uma ação popular e foi protocolada na 14ª Vara no DF. “Nós pedimos a indisponibilidade dos bens da Delta, a nomeação de um interventor judicial para que ela não paralise as obras e para que mais de 30 mil empregados não fiquem sem colocação no mercado de trabalho”, explicou.

De acordo com ele, os parlamentares autores da ação esperam impedir que o patrimônio público que está em poder da Delta, por meio das obras que ela executa, seja desviado para empresas fantasmas e de lá para “o contador do Cachoeira”. “A ideia é que, sendo deferida a liminar nesta ação, o juiz determine a indisponibilidade dos bens da Delta, e ela não possa mais negociar a não ser os contratos que ela já tem com o governo federal”, disse Taques.

Com isso, segundo o senador, a empresa também não poderá mais ser vendida. Todos os valores que forem pagos à empresa serão encaminhados para uma conta judicial e serão utilizados para terminar as obras e saldar dívidas trabalhistas. Para o parlamentar, a medida já deveria ter sido adotada pela comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados e que vem apurando que o empresário fraudava licitações públicas para garantir que a Delta conseguisse os contratos e depois utilizar o dinheiro pago por eles. “A CPI está demorando para tomar as providências. A União também já deveria ter tomado providências”, declarou.

 

Edição: Aécio Amado