Marco Maia diz que tem trabalhado para amenizar crise entre governo e Congresso

27/03/2012 - 21h05

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasil – O presidente da República em exercício, Marco Maia, disse hoje (27) que tem trabalhado para amenizar a crise política entre o governo e o Congresso Nacional para que projetos como a Lei Geral da Copa e o novo Código Florestal possam ser votados.

A crise foi deflagrada após a rejeição, pelo Senado, da indicação de Bernardo Figueiredo para a direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Indicado pela presidenta Dilma Rousseff, Figueiredo foi barrado na sabatina do Senado.

“Não pelo fato de estar na Presidência da República, mas como presidente da Câmara [dos Deputados] também, este tema é um tema que, invariavelmente, vem à tona. Estamos conversando muito, há muito diálogo nas últimas semanas no sentido de encontrar uma solução que viabilize as votações da Câmara e do Senado”, disse hoje, em entrevista coletiva.

Maia está ocupando a Presidência da República desde ontem (26) porque Dilma viajou para a Índia, onde participará da 4ª Reunião do Brics (grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), e o vice-presidente Michel Temer está na Coreia do Sul representando o país na 2ª Cúpula de Segurança Nuclear.

“O fato de eu assumir a Presidência da República por três dias não tira a minha responsabilidade de deputado federal e presidente da Câmara de estar acompanhando, dialogando, ouvindo as lideranças políticas com relação a esses temas que são importantes, que precisam ter uma solução o mais rápido possível”, acrescentou.

O presidente em exercício negou que o governo pretenda interferir na escolha do novo presidente do Senado. A imprensa tem publicado, nos últimos dias, informações de que a presidenta Dilma Rousseff estaria articulando a volta do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao Senado para que ele se candidate à Presidência da Casa em 2013, lugar pretendido pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

“Não há essa articulação, não ouvi de nenhum integrante do governo qualquer movimento nessa direção, seja do ministro Edison Lobão ou qualquer integrante do Senado em relação à sucessão no Senado ou na Câmara. É muito cedo ainda para tratar desse assunto. Na Câmara, não estamos conversando sobre esse assunto ainda. Não há nenhuma intenção do governo, nem nossa, de tratar desse assunto nesse momento”, avaliou.

Mais cedo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também negou as especulações em nota oficial.

Na entrevista, Maia fez um relato dos encontros e reuniões que teve ao longo do dia como presidente da República em exercício e disse que aproveitou para encaminhar assuntos da Câmara dos Deputados durante sua estadia no Palácio do Planalto. É a terceira vez que Maia assume a presidência da República interinamente. “Vou recomendar que a presidenta Dilma e o vice-presidente Temer viajem bastante”, brincou. “Qualquer brasileiro gostaria de passar por essa experiência”.

Edição: Lana Cristina