Secretário diz que governo quer discutir se recursos de fundo contra aids podem servir à sociedade civil

29/06/2011 - 12h22

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que a tendência do governo é não solicitar mais nenhum recurso do Fundo Global contra Aids, Tuberculose e Malária - organismo que financia atualmente projetos na área de saúde em 140 países. Os recursos são provenientes de doações de pessoas, governos e empresas no mundo inteiro.

“Queremos discutir se esses recursos poderiam ser valiosos para a sociedade civil mas, do ponto de vista do governo, nós podemos suprir esses recursos com o orçamento próprio do Ministério da Saúde”, acrescentou Barbosa.

Atualmente, o Brasil desenvolve um projeto contra a tuberculose, que recebe US$ 27 milhões do fundo. O programa brasileiro, que começou em 2007, terminará em maio de 2012. De acordo com o Ministério da Saúde, os recursos do Fundo Global hoje são utilizados fundamentalmente para a melhoria da participação da sociedade civil, com ações de treinamento, de expansão e de estratégia.

O fim do pedido de ajuda ao fundo pode marcar o início de um período em que o Brasil passará a ser mais financiador do que recebedor de recursos dos organismos internacionais na área da saúde. Para Jarbas Barbosa, apesar de ainda receber recursos do Fundo Global, o país já age como doador. Ele cita, como exemplo, os tratamentos contra o HIV que são oferecidos pelo Brasil na África.

“Em Guiné-Bissau [os tratamentos feitos com recursos brasileiros] correspondem à metade de todas as pessoas que são tratadas naquele país. Em outros países africanos, como São Tomé e Príncipe, os tratamentos oferecidos pelo Brasil correspondem a 100% de todas as pessoas que usam retrovirais”, destaca.

Barbosa lembra que o país faz parte, como doador, de outro importante organismo de ajuda internacional na área de saúde, a Unitaid, fundada em 2006 pelo Brasil, Chile, a França, Noruega, e o Reino Unido. Nesse organismo, o Brasil tem contribuído com cerca de US$ 12 milhões por ano.

Edição: Graça Adjuto