ONU apela ao presidente eleito da Costa do Marfim que evite novo “banho de sangue”

12/04/2011 - 9h02

Da Agência Lusa

Brasília – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu ao presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, que evite um novo “banho de sangue” e represálias contra adversários políticos. O apelo ocorreu horas depois da prisão do atual presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que resistia em abrir mão do poder apesar da vitória de Ouattara, nas eleições de novembro de 2010.

O porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky, disse ontem (11) que Ki-moon pediu ainda a Ouattara que instaure a Comissão sobre a Verdade e Reconciliação. O objetivo é que esta comissão se destine a investigar as acusações de massacres e outros crimes cometidos durante os embates entre Gbagbo e Ouattara.

De acordo com Ki-moon, a Costa do Marfim dispõe agora de “uma ocasião histórica” e deve promover a reconciliação nacional, estabelecendo um governo de unidade nacional e restabelecer a autoridade do estado.

Há quatro meses, partidários de dois líderes se enfrentam e promovem uma verdadeira guerra nas principais cidades da Costa do Marfim. Gbagbo se recusa a abrir mão do poder apesar das eleições, de novembro de 2010, terem confirmado a vitória de Ouattara.

Os embates entre os grupos rivais, segundo estimativas de entidades de direitos humanos, geraram pelo menos 800 mortos. A prisão de Gbagbo ocorreu depois de mais um ataque das forças das Nações Unidas e da França na contra a residência oficial onde ele e a família estavam abrigados.