Denúncias sobre o mensalão são página virada na Câmara, diz líder do governo

04/04/2011 - 21h03

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), disse hoje (4) que o governo não tem nada a ver com as novas denúncias sobre o chamado esquema do mensalão, divulgadas pela imprensa no final de semana. “O governo espera o julgamento técnico, como será feito pelo Supremo Tribunal Federal e não agitação política, porque esse é um assunto que já foi muito investigado e está sendo julgado pelo STF”.

“Esse assunto é página virada em termos de debates aqui na Câmara”, disse Vaccarezza. Segundo ele, as novas denúncias não trazem nenhum fato novo. “Não tem nenhuma denúncia nova”. O líder disse que o que tem de novo é dizer que é um relatório da Polícia Federal, que tem mais de um ano e uma investigação sobre empresas do Marcos Valério, inclusive envolvendo contrato com a Petrobras de 1999.

O líder disse que o governo está interessado é na aprovação de matérias importantes esta semana, como a Medida Provisória (MP) 511, que autoriza a União a garantir empréstimo de até R$ 20 bilhões, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao consórcio vencedor da licitação para construir o trem de alta velocidade (TAV), o trem-bala. Vaccarezza afirmou que não haverá concessões para mudar a MP para sua aprovação.

Outras matérias que o governo quer aprovar esta semana na Câmara são a revisão do Tratado de Itaipu e a criação da Universidade Unassul. “Estou interessado em votar a MP, o Tratado de Itaipu e a Unassul com ou sem acordo”, disse Vaccarezza. Ele também quer aprovar mais duas medidas provisórias das 15 que estão trancando a pauta de votações.

A oposição promete obstruir a votação da MP 511, por não concordar com a criação de uma estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A (Etav), para operar o trem-bala. “Não concordamos com essa MP nem no mérito nem no método e vamos resistir”, disse o líder da minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Edição: João Carlos Rodrigues