Com novo adiamento, Nigéria realiza eleições nesta segunda-feira

03/04/2011 - 18h19

Da BBC Brasil

Brasília – A comissão eleitoral da Nigéria anunciou hoje (3) que as eleições no país serão adiadas mais uma vez. País mais populoso da África, a Nigéria iniciaria ontem (2) o primeiro de três sábados de eleições, mas “problemas de organização” alegados pela comissão eleitoral fizeram com que o pleito fosse adiado para amanhã (4).

Agora, no entanto, a comissão diz que a eleição para parlamentares só ocorrerá em 9 de abril, ao passo que o pleito para presidente e governadores ocorrerão nas semanas seguintes. Cerca de 73 milhões de eleitores devem comparecer às urnas para eleger o novo Parlamento, o novo presidente e governadores de 36 estados.

Ontem, a decisão de adiar as eleições irritou milhares de pessoas que já se preparavam para votar, sob forte  aparato de segurança, em cidades como Kano e a capital, Lagos. De acordo com a correspondente da BBC no país, Caroline Duffield, acredita-se que aviões que transportavam as cédulas eleitorais para a Nigéria tenham sido desviados do espaço aéreo nigeriano.

O clima de instabilidade em que o país está afundado já tinha levado diversos políticos a fazerem apelos pela paz. A Anistia Internacional afirmou que pelo menos 20 pessoas morreram em ataques e confrontos relacionados às eleições nas últimas semanas.

Na sexta-feira (1º), uma bomba explodiu na delegacia da cidade de Bauchi, mas ninguém ficou ferido. O objetivo do atentado teria sido apenas causar pânico. A polícia da região do delta do Rio Níger afirmou ter detido dois homens que conduziam um micro-ônibus carregado com rifles, munição e um lança-foguetes.

Essas são as terceiras eleições nacionais na Nigéria desde o fim do governo militar do país, em 1999. As duas últimas, em 2003 e 2007, foram marcadas por acusações de fraudes nas urnas, intimidação de eleitores e violência.

As forças de segurança oficiais também foram acusadas de apoiar o Partido Democrático Popular (PDP), que domina a política nigeriana desde a volta dos civis ao poder.