Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Localizado em um dos bairros mais caros da cidade do Rio, o sofisticado Shopping Leblon, na zona sul, não abriu as portas neste domingo (19). O fechamento foi anunciado depois que uma decisão judicial permitiu a realização de evento chamado rolezinho no local. Previsto para o fim desta tarde, cerca de 9 mil pessoas confirmaram presença por meio da redes sociais.
Em nota, a administração do centro de compras se limitou a dizer que a decisão de fechar as portas foi tomada para “garantir a integridade de seus clientes, lojistas e colaboradores”, após “tomar conhecimento da mobilização de evento para milhares de pessoas”.
Antes, durante a semana, o shopping tinha conseguido proibir o rolezinho na Justiça, que havia estabelecido multa de R$ 10 mil por pessoa que participasse do evento. A decisão, no entanto, foi derrubada na noite desse sábado (18). A desembargadora Regina Lucia Passos determinou que fossem garantidos o acesso e o direito de manifestação, e concedeu um salvo-conduto.
A decisão da desembargadora atendeu ao grupo de advogados que atua em manifestações no Rio e tem apoio da Ordem dos Advogados do Brasil. Em nota publicada em uma rede social, o grupo disse que o rolezinho é uma prática antiga de jovens nos shoppings e consiste em encontro de confraternização. Agora, segundo os advogados, os jovens passaram a ser reunir para manifestações políticas.
“Essas práticas são protegidas pela Constituição Federal”, afirma. No mesmo comunicado, o grupo Habeas Corpus, que se apresenta como advogados reunidos para “defender os princípios do Estado de Direito, especialmente o direito de livre reunião e livre manifestação do pensamento, base da democracia”
Ontem (18) dezenas de pessoas se encontraram para um rolezinho no Shopping Plaza, em Niterói, na região metropolitana do Rio, que fechou as portas no fim da tarde, por causa do evento. Não houve saques ou atos de vandalismo, e nenhuma pessoa foi detida, segundo a Polícia Militar.
Durante a semana, a Secretaria Estadual de Segurança Pública declarou não se opor ao encontro de jovens em centros de compras e que não estabeleceu abordagens nas ruas e em ônibus para coibir a prática. Na ocasião, o secretário José Mariano Beltrame disse que “o rolezinho não é crime” e que a segurança nas áreas internas dos shoppings deve ser feita por segurança privada.
Edição: Beto Coura
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