Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um grupo de 45 estudantes da Universidade Gama Filho (UGF) embarcou, na manhã de hoje (14), em um ônibus para Brasília. Na capital federal, eles vão protestar em frente ao Ministério da Educação (MEC) contra o descredenciamento das universidades geridas pelo Grupo Galileo Educacional – Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) e UGF.
Os alunos ficarão em alojamentos onde já estão representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Centro Acadêmico de Medicina (Camed). De acordo com o vice-presidente do Camed, Rodrigo Mion, que cursa o décimo período de medicina, a primeira reunião entre o MEC e os estudantes ocorreu ontem (13).
“Ontem ocorreu a primeira reunião da comissão de acompanhamento do processo. Não foi lançada ainda nenhuma notícia oficial do MEC em relação a essa reunião. O que a gente sabe é por meio do nosso representante que está lá. Ele disse que foi uma reunião que teve o seu proveito por ter começado a se debater os moldes das futuras ações”, disse Mion.
Segundo o vice-presidente, a maioria dos alunos, tanto de medicina como dos outros cursos, não terminou o segundo semestre do ano letivo de 2013 devido aos problemas envolvendo a Galileo. Ele declarou ainda que o Camed e o DCE sempre mantiveram uma boa relação com o movimento dos professores e apoiaram a greve ocorrida no ano passado.
“Na opinião da grande maioria dos alunos da Universidade Gama Filho, o MEC tem sido omisso. Temos avisado isso há dois anos, antes disso acontecer. Avisamos que a situação financeira da faculdade iria influenciar no funcionamento acadêmico. A crise na Gama Filho, diga-se, não é pedagógica, não é acadêmica. A crise é administrativa”, completou o estudante.
O diretor de Comunicações do Diretório Central dos Estudantes, Rafael Lima, disse que os alunos da Gama Filho continuarão lutando para que possam concluir os estudos na universidade onde iniciaram o ensino superior.
“O DCE vai continuar lutando para que a nossa universidade se reerga. Queremos tirar a Galileo Educacional, mas entendemos que a transferência assistida não é uma solução. Porque, no Rio de Janeiro, não existem faculdades para absorver esse grande número de estudantes. Então, a transferência assistida é uma grande loteria. Ninguém sabe para onde vai”, explicou.
A mãe de uma das alunas que está concluindo a faculdade de medicina, Célia Leroy, disse estar muito triste com toda a situação de “uma das faculdades mais tradicionais do país”. “Eu acompanho minha filha desde os 3 anos de idade. Ela tem previsão de se formar em novembro deste ano. Agora, com essa transferência assistida, vamos esperar. Eu, como mãe, estou muito triste porque é o sonho da minha filha”, destacou.
Os alunos da Universidade Gama Filho e da UniverCidade marcaram um protesto para as 17h30 na Candelária, no centro do Rio. A manifestação receberá o apoio de movimentos estudantis que estão engajados na luta para reerguer as universidades descredenciadas.
Edição: Aécio Amado
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