Da Agência Lusa
Kiev – O primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, defendeu hoje (9) a negociação com a União Europeia (UE) de novas condições para a assinatura de um acordo de associação, cuja suspensão levou milhares de ucranianos às ruas em protesto em dezembro de 2013.
“Devemos começar negociações práticas sobre as condições do acordo de associação com a UE e a zona de livre comércio”, disse Azarov durante reunião do Conselho de Ministros.
Ele informou que o governo está preparando uma análise sobre as consequências setoriais para a economia nacional da criação de uma zona de livre comércio com o bloco europeu, formado por 28 países-membros.
“Não queremos propostas. Com os nossos parceiros devemos falar de fatos, números e argumentos convincentes”, disse.
O chefe do governo ucraniano estimou em 20 bilhões de euros (cerca de R$ 64,6 bilhões) a ajuda que a Ucrânia necessita para se associar à UE. Para ele, esse auxílio deve ser concretizado a curto prazo. O premiê lembrou que o país tem de cumprir os acordos assinados com a Rússia em meados de dezembro para o restabelecimento das relações comerciais entre os dois países.
Os acordos com a Rússia, assinados depois de o governo ucraniano ter suspendido a assinatura do acordo com a UE, incluem a baixa de um terço do preço do gás russo vendido à Ucrânia e um investimento russo de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 34,8 bilhões) em títulos públicos ucranianos.
Nas declarações desta quinta-feira, Azarov assegurou que o país vai seguir a via da integração europeia, mas sustentou que a Ucrânia teria entrado em bancarrota se tivesse assinado o acordo com a UE em novembro, como estava previsto.
O presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch, já tinha dito, no final de dezembro, que a Ucrânia não renunciou à associação com a UE, mas que fez uma pausa. Segundo ele, o acordo será assinado quando houver condições proveitosas para a economia nacional.