Da Agência Brasil*
Brasília - O governo turco demitiu na madrugada de hoje (7) 350 policiais da capital, Ancara, entre os quais chefes de departamentos, no âmbito de um vasto escândalo que envolve aliados políticos do primeiro-ministro Recep Erdogan. Os policiais foram demitidos por um decreto do governo publicado à meia-noite desta terça-feira, que inclui nomes dos chefes das unidades de Crimes Financeiros, Anticontrabando, Crimes Cibernéticos e Crime Organizado da polícia de Ancara. No mesmo decreto foram nomeados os substitutos.
A medida é adotada no momento em que o Executivo tenta conter um escândalo de corrupção que atingiu o alto escalão do governo, com dez ministros de Estado substituídos. Essa é a maior crise nos 11 anos de governo do premiê Recep Erdogan.
As demissões na polícia da capital estão ligadas às tensões entre o governo e os apoiadores do líder muçulmano Fethullah Gülen, que vive em exílio nos Estados Unidos. Apoiadores de Gülen ocupam cargos-chave em várias áreas do governo, incluindo na polícia e na Justiça. Gülen é um líder religioso e um dos principais críticos e opositores de Erdogan, que conduz um governo secular.
Com a crise no governo de Erdogan e a divulgação da investigação, o primeiro-ministro denunciou os fatos como uma conspiração estrangeira, deflagrada para desestabilizar seu governo. Em resposta, ele adotou as mudanças nos ministérios e na polícia.
Depois das demissões ministeriais, a população reagiu pedindo a demissão do próprio primeiro-ministro. A polícia teve de usar gás lacrimogêneo para dispersar uma manifestação com cerca de 5 mil nas ruas de Istambul.
*Com informações da Agência Lusa
Edição: Graça Adjuto