Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Praticar exercícios físicos é importante para garantir uma velhice mais saudável e alguns idosos, como Pedro Oliveira, de 64 anos, ainda podem fazer isso desfrutando da beleza de um dos cartões postais mais famosos do Rio, o Aterro do Flamengo. É lá que, mesmo sob calor forte no verão, ele faz caminhadas regulares para manter a saúde. Oliveira integra o contingente de idosos da cidade, segunda capital brasileira com maior número de pessoas com mais de 60 anos, atrás apenas de Porto Alegre.
No Rio, onde 14,8% dos cariocas já passaram dos 60 anos e são considerados idosos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a prefeitura inovou ao estimular a atividade física. Instalou a céu aberto 130 academias da terceira idade, um conjunto de 10 equipamentos para exercícios de mobilidade, com o objetivo de prevenir doenças e melhorar qualidade de vida a população idosa – conforme orienta o Estatuto do Idoso, que este mês completa dez anos de entrada em vigor.
Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Ademir Lopes Junior, a iniciativa estimula a prática de exercícios. A atividade física, de qualquer tipo, ao ar livre ou na academia, ajuda a manter a força física e o equilíbrio do corpo por mais tempo. Ao fazer exercícios há um ganho de massa muscular e, com isso, a perda natural da musculatura que acontece com a idade ocorre mais lentamente, explicou Junior. "O idoso se mantém independente por mais tempo."
O Colégio Americano de Esportes e Medicina, que reúne pesquisadores de 90 países, confirma que o exercício regular limita o aparecimento e a progressão de doenças crônicas, inclusive aquelas relacionadas à perda de cognição, como o Mal de Alzheimer. Cerca de 30 minutos por dia, duas vezes por semana, fazem uma grande diferença contra essas doenças, diz a pesquisa da professora Andrea Deslandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Há melhora da capacidade funcional e da cognição, principalmente em pacientes com Alzheimer”, afirma a professora que tem pesquisa reconhecida na área. Para evitar essas doenças, os especialistas como Andrea também recomendam manter o cérebro ativo, lendo livros, indo ao teatro, ao cinema ou fazendo jogos de memória. “Não é só caça-palavras, se a pessoa quer aprender um instrumento, vá em frente”, completa Ademir Lopes Junior.
Hábitos saudáveis e o convívio social, com amigos e familiares também ajudam os idosos a ter uma vida melhor. Comida com pouco sal, beber muita água e parar de fumar são fundamentais. Os médicos alertam que, com o passar dos anos, as pessoas podem perder um pouco do paladar e sentir menos sede que o restante da população e é preciso se policiar para não exagerar no sal ou ficar desidratado.
“Envelhecer de forma saudável significa manter o máximo possível de sua capacidade funcional e intervir na própria a vida. Isso passa por manter os movimentos, o raciocínio lógico e o sentidos”, reforçou o diretor Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.
Edição: Andréa Quintiere
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