Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Após conquistar o título inédito na Sérvia, a Seleção Brasileira de Handebol Feminino desembarcou por volta das 8h desta terça-feira (24) no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A equipe conquistou medalha de ouro no campeonato mundial contra as donas da casa, em Belgrado. Uma grande quantidade de jornalistas e alguns parentes aguardavam a chegada das jogadoras.
A pivô Daniela de Oliveira Piedade falou sobre a emoção depois da vitória. “Eu não conseguia pensar em nada, eu comecei a chorar, a rir, foi uma mistura de sentimentos. Depois da final, nós fomos para uma churrascaria, comemoramos bastante, toda a equipe. Depois, no hotel, continuou a festa e descansamos para o dia seguinte. No avião todo mundo dormiu”.
Ao comentar a participação na vitória brasileira, a armadora Eduarda Amorim, a Duda, eleita a melhor atleta de toda a competição, foi modesta. “Foi a coletividade, todas jogaram muito bem. É muito mais importante o trabalho do grupo, senão a gente não estaria lá”, disse.
Duda refletiu sobre o futuro do esporte no país. “A gente vai começar a ter um pouco mais de investimento, tendo a gente como espelho, vamos mostrar que o handebol também é um esporte que pode dar certo. As meninas começam na escola e não podem parar no meio do caminho”, avaliou.
A armadora acha que essa equipe segue até a Olimpíada de 2016, mas para a competição em 2020 haverá renovação. “A gente vai ter que ter uma renovação depois da Olimpíada. Eu, particularmente, não sei, vou estar com 30 anos, talvez eu consiga mais uma Olimpíada”, disse ela.
Outro destaque na vitória foi a ponta direita Alexandra Nascimento, a segunda na artilharia do campeonato. “Esse time aqui não tem só uma estrela, foi de ponta a ponta e no gol, por isso nós ganhamos”, disse. Ela espera que a medalha de ouro garanta novas oportunidades para o handebol. “Conseguimos uma medalha e, agora, a gente espera que continue esse apoio porque tem muitos taletos por aí”.
Os parentes da ponta Mariana Costa viajaram de Piracicaba (SP) para a festa no aeroporto. A mãe, Eliana Alves Barbosa da Costa, defendeu maior investimento na futura geração de jogadoras. “Existem muitas meninas boas no país, mas elas só são vistas quando chegam em outro país. O handebol aqui no Brasil é precário. Eu acho que o Brasil precisa olhar mais para o handebol, mais patrocinador, mais gente apoiando”.
No mundial, a seleção terminou a primeira fase invicta, com vitórias sobre a Argélia, China, Sérvia, o Japão e a Dinamarca. Alexandra Nascimento acha que isso provou a superioridade da equipe. “Ninguém pode falar que a seleção [da Sérvia] não estava no dia delas, ou que erraram demais. Ninguém pode falar que nós não fizemos o trabalho perfeito. Saímos invictas e demostramos que, realmente, o Brasil é o país do futebol, mas temos talento para aprender um outro esporte e jogar com coração”.
Edição: Fernando Fraga
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