Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Representantes de várias religiões se reuniram hoje (19) para um ato contra a intolerância religiosa e para homenagear o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que morreu no dia 5 deste mês. O encontro, realizado no Largo da Carioca, na região central da cidade, também marcou o lançamento da maquete do Espaço Sagrado, que será destinado a rituais e práticas religiosas, com a inauguração prevista para o início do ano que vem, no Parque Nacional da Tijuca, na zona norte.
Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que esteve presente no evento, o objetivo do projeto é combater a discriminação sofrida por praticantes de rituais de religiões afro-brasileiras.
"Um ambiente saudável é um ambiente sem intolerância religiosa, eu fiquei preso com o Mandela na Cidade do Cabo, e ele sempre ensinou para nós a importância do respeito pelo próximo. E nós acreditamos que é possível adorar as divindades sem agredir o meio ambiente. Dedicaremos espaços para os cultos em áreas de proteção ambiental e com isso esperamos contribuir para acabar com essa perseguição que essas religiões de matriz afro-brasileira são vítimas", disse Minc.
O Espaço Sagrado terá guarita e cancela, totens de sinalização, coletores de resíduos de material usado nos ritos religiosos e uma central de tratamento, com composteira, aterro e área de separação de produtos para reciclagem. O projeto está orçado em R$ 1,2 milhão.
Haverá ainda um viveiro para a produção de mudas, batizado de Jardim das Folhas Sagradas, que receberá espécies da Mata Atlântica doadas por terreiros religiosos.
O conselheiro estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), babalaô Ivanir dos Santos, disse que é muito importante ter um espaço regulamentado que respeite a natureza e reafirme as práticas religiosas. "Não podemos mais admitir que as pessoas ainda tenham qualquer tipo de preconceito religioso. Cada um segue sua crença e deve ser livre para tal. Claro, sempre o fazendo de maneira responsável e sem agredir e prejudicar pessoas e o meio ambiente. Esse é um dos maiores ensinamentos que o Mandela deixou, e nós esperamos poder ajudar para que isso se propague cada vez mais", afirmou Ivanir Dos Santos.
Edição: Juliana Andrade
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