Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As usinas da região Centro-Sul do país devem encerrar as atividades da safra 2013/2014 com moagem próxima de 589,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, conforme previsão feita no início da colheita, o que representa aumento de 10,18% sobre a safra anterior. Mais uma vez, o processamento foi voltado para o etanol, que deve atingir recorde de produção, com 25,04 bilhões de litros ante 21,36 bilhões de litros na safra passada.
Até 1º de dezembro, a produção de etanol tinha superado em 18,9% a do ano passado, enquanto a de açúcar ficou praticamente estável, com 0,66% de aumento, o equivalente 35,5 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados hoje (17) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, o fato de o preço internacional do açúcar ter caído na ordem de 16,9% influenciou na cadeia do setor. Pádua destacou que, apesar do incremento de 60 milhões de toneladas na moagem, o faturamento global não deve crescer mais do que 1%.
Pelos cálculos da Unica, comparada à da safra passada, a receita média da região Centro-Sul, até novembro, teve retração de 15,5%, com o valor da tonelada em R$ 116,46. Na opinião do diretor técnico da Unica, a variação cambial ainda pode trazer algum ganho de rentabilidade.
Para a próxima safra, Pádua disse que espera produção semelhante a da atual. Para ele, o desempenho do setor foi positivo em termos de produção, já que atingiu o recorde, com recuperação de produtividade. “Do ponto de vista econômico, porém, foi negativo”, ressaltou.
"Para a safra de 2014/2015, não teremos aumento da produção, pelo desestímulo vindo de um ano difícil, de fraco resultado econômico”, estimou Pádua.
Edição: Nádia Franco
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