Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - Negociadores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do governo retomam hoje (17) os diálogos pelo fim do conflito armado no país. A delegação do governo seguiu para Cuba na tarde de ontem (16) para continuar o debate sobre o problema das drogas ilícitas, o terceiro item da pauta de negociação.
No dia 8 de dezembro, as Farc anunciaram um cessar fogo unilateral. A trégua terá um mês e foi iniciada nesse domingo (15), em razão das festividades de Natal e fim de ano. O governo do país, no entanto, manterá a ofensiva militar.
No encerramento da última rodada, as Farc e o governo divulgaram comunicado conjunto com o relatório acerca do acordo parcial sobre a participação política, firmado em novembro. Além do tema das drogas, a agenda tem três assuntos pendentes para discussão: a reparação das vítimas do conflito, o desarmamento e a desmobilização de guerrilheiros e as garantias para o cumprimento dos acordos firmados no pós-conflito. Já houve consenso também sobre o desenvolvimento agrário, o primeiro item de negociação.
Há pouco mais de um ano, no início das negociações, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, dizia que esperava que o processo fosse concluído até as eleições presidenciais previstas para maio do ano que vem. Agora, ele já não fala em tempo.
“Não há como falar em uma data para terminar o processo, mas hoje eu estou cem por cento confiante de que vamos conseguir firmar um acordo total com essa negociação”, disse Santos, durante café da manhã promovido na semana passada com correspondentes internacionais, entre eles a Agência Brasil.
O clima deste ciclo de negociações, entretanto, pode enfrentar certa tensão, porque os diálogos serão retomados após a destituição do prefeito de Bogotá, Gustavo Petro. Ex-guerrilheiro do M-19 e representante importante da esquerda colombiana, ele é um dos grandes apoiadores do processo de paz. Após o anúncio da destituição, as Farc se pronunciaram dizendo que a decisão poderia “afetar o andamento das negociações em Havana”.
Edição: Graça Adjuto
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