Thais Araujo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, lamentou hoje (17) a ocorrência do que classificou como "fenômenos indesejáveis" ligados ao futebol brasileiro. Citou, como exemplo, a briga de torcidas na partida entre Atlético Paranaense e Vasco da Gama, em Santa Catarina, e os acidentes nas obras de estádios da Copa do Mundo.
Na semana passada, um operário sofreu uma queda e morreu no canteiro de obras da Arena Amazônia. Em novembro, o desabamento de um guindaste usado na construção do estádio do Corinthians, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista, também deixou vítimas.
Em relação à violência nos estádios, Rebelo disse que os envolvidos deviam ser "presos em flagrante". E acrescentou: "Quem comete o tipo de violência que vimos em Santa Catarina tem de ser preso em flagrante. Aquilo é tentativa de homicídio. Há o indiciamento dos envolvidos e a possível condenação, que é uma decisão da Justiça".
Durante entrevista coletiva, antes da apresentação aos jornalistas da exposição "Brasil, um país, um mundo", no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o ministro defendeu a implantação de delegacias e de juizados especializados. Medidas apoiadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público, pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Ministério da Justiça.
Aldo Rebelo também comentou a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de modificar a tabela de classificação, oito dias após o fim do Campeonato Brasileiro. A Portuguesa, que havia terminado em 16º lugar no campeonato, sofreu uma punição de quatro pontos por ter escalado o meio-campo Héverton na partida contra o Grêmio, pela última rodada da competição, no dia 8 de dezembro, e caiu uma posição. Em consequência, o Fluminense, que acabou em 16º lugar, não está mais rebaixado no Campeonato Brasileiro. Ainda cabe recurso dos advogados do time paulista.
"O normal é que os campeonatos sejam decididos dentro de campo. Isso é o esperado, isso é o natural. Infelizmente, por motivos que não vou discutir aqui, se houve erro e fato, ao se aplicar a legislação resultou na punição da Portuguesa, com seu rebaixamento, e na ascensão do Fluminense, que estava na série B, embora não seja uma decisão definitiva. Acho que as pessoas geralmente não ficam satisfeitas, nem os torcedores do clube possivelmente beneficiado com esse tipo de fenômeno", disse.
Após a coletiva, da qual também participaram o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e o capitão da Seleção Brasileira de 2002, quando o Brasil conquistou o pentacampeonato na Copa do Mundo, Marcos Evangelista, o Cafu, as autoridades percorreram algumas obras da exposição, acompanhados do embaixador honorário da Copa do Mundo de 2014, o Pelé.
De acordo com o atleta, para garantir o sucesso do evento esportivo, todo o povo brasileiro deve se unir e colaborar com as autoridades. "Espero que todo o povo brasileiro colabore com a gente porque essa é uma oportunidade única [para o país]. Vamos nos unir e fazer uma excelente Copa", disse, ressaltando estar confiante na vitória do Brasil no campeonato.
A exposição, que faz parte da programação oficial do governo federal ligada à Copa do Mundo, ficará aberta ao público a partir de amanhã (18) até 19 de janeiro, das 10h às 19h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. No local, os visitantes poderão observar peças históricas do futebol brasileiro, como camisas usadas em Copas, campeonatos oficias e amistosos, além de medalhas, chuteiras e troféus. Até julho do ano que vem, a exposição será levada às demais cidades-sede da Copa.
Edição: José Romildo
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