Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Tendo em vista o ambiente positivo empresarial, o governo manterá em 2014 o crédito destinado a estimular a produção, aquisição e exportação de bens de capital e a inovação tecnológica, denominado Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), disse hoje (11) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Mas com alguns ajustes de taxas”, acrescentou.
Segundo o ministro Mantega, há melhoria do ambiente de negócios do país: a situação patrimonial e de balanço das empresas está melhorando. “Dessa maneira, arrecadação está crescendo. A de novembro foi recorde, de R$ 110 bilhões. Assim como foi em outubro, quando foi R$ 100 [bilhões]”, disse.
Mantega disse que, com as condições favoráveis às empresas, o Brasil pode “estar no limiar de um novo ciclo de expansão da economia, [que crescerá] com os ventos favoráveis”.
Segundo o ministro da Fazenda, com os incentivos em vigor, haverá novos investimentos, o que trará como consequência “um crescimento [mesmo que] moderado do mercado consumidor”.
Ele observou que, nos últimos quatro anos, a capacidade de financiamento industrial soma R$ 312 bilhões. Esse limite já havia sido ampliado para R$ 322 bilhões. “Temos feito grandes desonerações e reduções de custos principalmente para o setor produtivo, como [redução] da folha, diminuição do IPI e, também, e fundamentalmente, um grande programa de financiamento do investimento, o PSI”, disse Mantega.
Ele fez uma exposição sobre a economia brasileira no 8º Encontro Nacional da Indústria (Enai), evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em 2013, segundo o ministro, o PSI deverá despender cerca de R$ 80 bilhões com financiamentos de caminhões, máquinas, máquinas agrícolas e demais bens de capital. “Quero anunciar que o PSI terá continuidade no próximo ano com alguns ajustes de taxas, que cresceram um pouco acompanhando a Selic e a conjuntura, mas que continuam bastante atraentes”, informou Mantega.
“Por exemplo, no caso de ônibus e caminhões a taxa é 4% ao ano até o final desse ano. Passará para 6% ao ano. Portanto, bem abaixo da Selic e bastante razoável. Muito próximo ao índice de inflação, de 5,5%. Isso permite que se façam investimentos a custo baixo. [No caso dos] programas de inovação [a taxa passará] de 3,5% para 4%, um pequeno aumento. E no de exportações, de 5,5% para 8%”, detalhou o ministro.
A medida foi bem recebida pelo presidente da CNI, Robson Andrade. “Achei ótimo, importantíssimo”, resumiu Andrade. “[Houve] aumento. Claro que gostaríamos que ficasse no patamar que estava antes, mas quando vemos taxas em torno de 4 e 6%, vemos que são taxas ainda muito atrativas para os investimentos, principalmente considerando uma taxa Selic de 10%. O BNDES certamente terá que ter muitos recursos para atender à demanda que certamente será grande”, disse ele.
Edição: José Romildo
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