Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A cadeia produtiva de alimentos orgânicos do país – incluindo agricultores, distribuidores e varejistas – conta agora com uma instituição especialmente dedicada à geração e difusão de conhecimentos do setor. A tarefa será do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), lançado hoje (10) pela Sociedade Nacional de Agricultura, em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O objetivo é fazer do CI Orgânico uma plataforma para a coleta e divulgação de informações estratégicas sobre a cadeia produtiva de alimentos e produtos orgânicos para o mercado, ajudando a incrementar a qualidade, a produtividade e a competitividade do setor. “No CI Orgânicos, produtores e consumidores terão um repositório onde estarão todas as informações sobre o setor”, disse à Agência Brasil a coordenadora do centro, Sylvia Wachsner.
Segundo informou, com o centro, os produtores terão um espaço onde poderão obter informações centralizadas, “porque a agricultura orgânica tem muito ainda a aprender e a crescer". A instituição também está preocupada em oferecer informações para os consumidores. "Eles terão um lugar para saber o que é agricultura orgânica, o que é agroecologia. Dessa maneira, a gente aproxima produtores e consumidores com informações. E as pessoas podem aprender”.
No site www.ciorganicos.com.br, já podem ser consultados mais de 500 formulários e publicações técnicas, apostilas sobre agricultura orgânica, além de mais de 3 mil fotos. Na parte de inteligência da página eletrônica, podem ser consultados estudos de casos em Santa Catarina e São Paulo.
Todos os dados estão disponibilizados online, para facilitar a consulta por parte das pessoas interessadas. Adicionalmente, serão promovidas palestras e capacitações pelo CI Orgânicos.
A coordenadora do CI Orgânicos disse que o Brasil conta, hoje, com cerca de 12 mil unidades de produção orgânica. Dados recentes do Ministério da Agricultura mostram que o total do país com certificação orgânica alcança 1,5 milhão de hectares. Os estados que lideram o ranking nacional em termos de área orgânica certificada são Mato Grosso, com 622.800 hectares; Pará, com 602.600 hectares; e Amapá, com 132.500 hectares.
A expectativa de Sylvia Wachsner é que o mercado de orgânicos crescerá no Brasil, da mesma maneira como vem crescendo no exterior. “A agricultura orgânica e a agroecologia têm a ver com sustentabilidade. Não podemos continuar acabando com a nossa água e provocando mais erosão e perda de solo. O agricultor, pouco a pouco, vai entendendo que práticas agroecológicas, que vêm da agricultura orgânica, são boas até para uma agricultura convencional. Por isso, o setor vai seguir ampliando”.
Edição: Davi Oliveira
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