Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - De 2009 a 2011, 85,9% das 46 mil empresas inovadoras em produtos e processos no país fizeram pelo menos uma inovação organizacional ou de marketing. Segundo a Pesquisa de Inovação Tecnológica 2011 (Printec 2011), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 77,2% delas fizeram ao menos uma inovação organizacional e 60,7% alguma de marketing.
Embora essa “abordagem tradicional” nas empresas geralmente se refira ao conceito de inovação tecnológica de produto e processo, ela “não tem sido suficiente para divisar outros importantes elementos das atividades que compõem os complexos processos de inovação”.
Para os técnicos do IBGE, esses elementos referem-se aos aspectos não tecnológicos do processo que, vinculados às inovações tecnológicas, compõem a concepção mais ampla do termo. “Em geral, essa concepção incorpora as inovações não tecnológicas organizacionais e de marketing, que costumam manter estreitas relações com as inovações tecnológicas”.
Na avaliação do instituto, empresas com inovações organizacionais normalmente introduzem novos processos tecnológicos, ao passo que inovações de marketing geralmente coincidem com inovações de produto.
No universo das empresas que utilizam biotecnologia e nanotecnologia, a inovação é ainda maior: 65,1% das 1.820 empresas que desenvolvem alguma atividade de uso, produção e pesquisa e desenvolvimento relacionada à biotecnologia foram inovadoras. Entre as 1.132 empresas que desenvolveram essas atividades para a nanotecnologia, o índice foi 86,1%.
Na avaliação do IBGE, a biotecnologia e a nanotecnologia têm cada vez mais despertado o interesse das empresas que as utilizam e desenvolvem, uma vez que a partir delas surgem diversas oportunidades de inovação.
De acordo com o instituto, é por isso que essas tecnologias vêm sendo crescentemente integradas às atividades empreendidas pelas empresas brasileiras, “ora como parte de estratégias para melhorar seus produtos e processos, ora com o objetivo de conquistar novos mercados”.
No estudo, 1.820 empresas declararam ter feito alguma atividade relacionada ao uso, à produção, à pesquisa e ao desenvolvimento em biotecnologia, enquanto 1.132 desenvolveram essas atividades para a nanotecnologia.
No setor da indústria, o número de empresas que desenvolveram atividades em biotecnologia foi 55,7% maior do que no período anterior, enquanto nas empresas com atividades em nanotecnologia o crescimento foi 135,2%.
Analisando a taxa de inovação no âmbito de indústrias que desenvolveram atividades em nanotecnologia, constata-se que 86,2% foram inovadoras, ao passo que, entre as empresas que executaram atividades em biotecnologia, a taxa de inovação foi 63,3%.
Na área de serviços, as empresas com atividades em biotecnologia foram mais inovadoras (97,3%) do que aquelas que desenvolveram atividades em nanotecnologia (83,6%).
Edição: Graça Adjuto
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