Da Agência Brasil *
Brasília – A Conferência Genebra 2, que vai buscar uma solução política negociada para a crise na Síria, ainda não tem data marcada. Uma reunião ontem (5) entre representantes da diplomacia das Nações Unidas (ONU), dos Estados Unidos e da Rússia não conseguiu estabelecer uma data para a conferência. O encontro de ontem também contou com delegados da França, da China, do Reino Unido e de outros países vizinhos da Síria, no entanto, a oposição síria não se manteve coesa e esse foi o principal entrave para o consenso sobre a Genebra 2.
No dia 25 de novembro ocorre uma nova reunião preparatória. "Estávamos com esperança de poder anunciar uma data, mas não poderemos. Ainda estamos lutando para ver se conseguimos realizar a conferência antes do final do ano", disse o enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi.
De acordo com Brahimi, a oposição síria está com dificuldades. A Coalizão Nacional Síria (CNS), o principal grupo opositor, travou a reunião de ontem ao exigir que fosse estabelecido um calendário rigoroso para a saída do atual presidente, Bashar Al Assad.
O posicionamento gerou críticas por parte da Rússia, aliada da Síria e defensora da conferência. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, considerou esse condicionamento "pura provocação". Lavrov argumentou que desde que o governo de Assad vem se mostrando disposto a negociar, a oposição vem insistentemente impondo condições.
A Arábia Saudita também dificultou o sucesso da reunião de ontem ao declarar que não vai participar da conferência, caso o Irã seja convidado. O país é membro da Liga Árabe, que também vem participando como mediador da crise. "Qualquer atraso, até de um dia, significa mais derramamento de sangue e uma verdadeira derrota para os sírios que querem o fim dessa situação trágica no país", disse o líder do grupo que representa o governo da Síria nas negociações, Rajaa Al Nasser.
A Conferência Genebra 2 deve elaborar um acordo entre o governo da Síria e a oposição para a implementação do Comunicado de Genebra, adotado em junho de 2012, quando ocorreu a primeira reunião internacional sobre o tema. O documento determina os passos para o fim da violência no país e para o estabelecimento de um órgão de transição governamental, com plenos poderes executivos e formado por membros do governo, da oposição e de outros grupos.
* Com informações da agência de notícias da China, Xinhua // Edição: Denise Griesinger
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