Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Se o pavimento de todas as rodovias do país tivesse classificação boa ou ótima, em 2013, seria possível uma economia de até 5% no consumo de combustível, o que representa, no caso do óleo disesel, 661 milhões de litros (R$ 1,39 bilhão). Também haveria redução da emissão de 1,77 megatonelada de gás carbônico. A conclusão é da Pesquisa CNT Rodovias, apresentada pela Confederação Nacional do Transporte.
A pesquisa feita este ano mostrou que 63,8% da extensão avaliada apresenta problemas ligados a pavimento, sinalização e geometria da via. Em 2012, o percentual era 62,7%. A CNT percorreu 96.714 quilômetros de rodovias, o equivalente a toda a malha federal pavimentada e às principais rodovias estaduais.
Em relação ao pavimento, foi avaliado se as vias atendem a atributos como capacidade de suportar efeitos do mau tempo, resistência da estrutura ao desgaste e escoamento eficiente das águas (drenagem). A pesquisa apontou que 46,9% do total avaliado apresentam deficiência.
Sobre a sinalização, a pesquisa indica que 67,3% da extensão avaliada apresentam problemas. Segundo a CNT, o resultado é preocupante, porque os sinais de trânsito têm a finalidade essencial de transmitir aos motoristas informações e instruções para garantir a movimentação correta e segura dos veículos.
Os dados sobre geometria das vias mostram que 77,9% não estão em padrões satisfatórios. De acordo com a confederação, as características geométricas da via afetam a habilidade dos motoristas em manter o controle do veículo e em identificar situações e características perigosas.
As rodovias concessionadas são as mais bem avaliadas pela pesquisa da CNT. Em relação ao estado geral, 84,4% foram classificadas como ótimas ou boas, enquanto 15,6% ficaram no patamar de regular, ruim ou péssimo. A análise das rodovias sob gestão pública mostrou que 26,7% são classificadas com condições ótimas ou boas e 73,3% não estão em condições satisfatórias.
A CNT também aponta que as condições do pavimento geram um aumento médio, no país, de 25% no custo operacional do transportador. A região que apresenta o maior incremento nesses valores é a Norte (39,5%). Em seguida vieram o Centro-Oeste (26,8%), Nordeste (25,5%) e Sudeste (21,5%). O menor acréscimo é registrado no Sul (19%).
Segundo a CNT, do total autorizado pelo governo para as rodovias em 2013 (R$ 12,7 bilhões), 33,2% - o equivalente a R$ 4,2 bilhões - foram pagos até o início de outubro. Em 2012, foram pagos R$ 9,4 bilhões (50,3%) do total autorizado de R$ 18,7 bilhões. A CNT estima que o investimento mínimo necessário para melhorar a infraestrutura das rodovias é R$ 355,2 bilhões.
Edição: Davi Oliveira
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