Da Agência Brasil *
Brasília – Vestígios de estrôncio-90 radioativo foram detectados hoje (21) na água da chuva acumulada nas barreiras de proteção dos tanques de armazenamento de líquido contaminado da Usina de Fukushima Daiichi, no Japão. A informação é da empresa que administra a central de energia nuclear, Tokyo Electric Power (Tepco).
Segundo a empresa, o estrôncio-90 foi acumulado devido as fortes chuvas que atingiram o Japão nos últimos dias, provocadas pela proximidade do Tufão Wipha. De acordo com a Tepco, os níveis de radiação nos tanques de armazenamento estavam acima do limite de 10 becqueréis por litro em cerca de seis conjuntos de tanques. Em uma das áreas, foi registrado o índice de 710 becqueréis por litro.
A Tepco informou que parte da água tóxica se infiltrou no solo. A empresa acrescentou que é pouco provável que ela tenha atingido o Oceano Pacífico devido as barreiras criadas para impedir esse vazamento. Essas barreiras, de aproximadamente 30 centímetros de altura, foram construídas para reter a água altamente radioativa que se acumula no interior dos tanques.
Uma vez retida, a água é transferida para outros recipientes, quando é verificado o nível de radiação antes de ser descarregada. As chuvas de ontem (20), no entanto, foram intensas e a água transbordou as barreiras.
A Autoridade de Regulamento Nuclear japonesa informou que autorizará a Tepco a descarregar a água das barreiras se os índices de radiação estiverem abaixo dos 15 becqueréis por litro de césio-134; abaixo de 25 becqueréis por litro de césio-137; e abaixo de 10 becqueréis por litro estrôncio-90. Outra exigência é que não haja vestígio de outras substâncias emissoras de raios Gama na água.
Desde o início de outubro, vários incidentes devido as chuvas ocorreram na Central Nuclear de Fukushima. No início de outubro, cerca de meia tonelada de água radioativa transbordou pela barreira. Na última quarta-feira (16), devido às fortes chuvas causadas pelo Tufão Wipha, houve vazamentos nos reservatórios de águas pluviais.
* Com informações da Agência Itar-Tass
Edição: Marcos Chagas